O acordo de Josué com os gibeonitas - estudo

INTRODUÇÃO
Os gibeonitas sabiam que era impossível vencer Israel, porque estavam informados do que o Senhor tinha feito ate ali por este povo; e que sem duvida, eles também seriam exterminados. Portanto, não se uniram a confederação dos reis que pelejariam contra Israel, mas usaram de astucia para tentarem salvar suas vidas. Aprenderemos nesta lição que não basta estarmos atentos em um determinado ponto de nossas vidas, mas que em todo o tempo devemos estar vigiando (Lc 21.36). O maior cuidado que devemos ter com o inimigo de nossas almas e com sua astucia e engano. 
  
I. - A CONFEDERANÇÃO DOS REIS DE CANAÃ (9.1,2)
1. O que levou os cananeus a se unirem para a peleja.
Depois sucedeu que, ouvindo isto todos os reis que estavam além do Jordão, na região montanhosa, na baixada e em toda a costa do grande mar, defronte do Líbano, os heteus, os amorreus, os cananeus, os perizeus, os heveus, e os jebuseus se ajuntaram de comum acordo para pelejar contra Josué e contra Israel (Js 9.1,2)
Depois dos acontecimentos registrados ate o capítulo oito do livro de Josué, os habitantes da terra estremeceram e temeram muito o povo de Israel. Não tinham nada mais a fazer a não ser se unirem como se fosse um só povo, e lutarem com todas as forças contra Israel. Eles estavam cientes de que avia uma força sobrenatural que agia juntamente com Israel, porque certamente eles tinham ouvido sobre os acontecimentos desde a saída do Egito ate o Jordão, e agora sabendo que recentemente o Jordão se abriu diante deste povo pelo poder de um Deus superior aos deuses conhecidos entre eles. Eles conheciam Jericó e sua fortificação, e souberam que Deus tinha derribado as fortes muralhas daquela cidade, e a mesma foi totalmente destruída. Souberam também da vitoria de Israel sobre a cidade de Ai; eles estavam esmorecidos e pasmados diante destes acontecimentos miraculosos nunca vistos antes, e estavam convictos de que o Deus de Israel era mesmo o Deus verdadeiro que domina todas as coisas. Porem, quem sabe com a união de todas estas nações, e com a força dos seus deuses poderia haver um escape, pois não há mais nada a fazer.

2. A reação de Josué.
Josué estava tranquilo e confiante no seu Deus, pois dEle tinha ouvido recentemente: “Não temas, e não te espantes” (Js 8.1). Josué estava convicto de que se eles estivessem bem diante de Deus, ninguém resistiria diante dele; nenhum povo, por mais forte e numeroso que fosse poderia vencê-los, pois era promessa do Senhor (Js 1.1-9).    
      
II. - O ARDIL DOS GIBEONITAS (9.3-15)
1. Quem eram os gibeonitas.
Os gibeonitas eram os habitantes de Gibeom ou Gibeão; no hebraico significa “que pertence a um monte” Cidade principal dos Heveus, que ficava oito km a noroeste de Jerusalém. Gibeão era uma cidade grande como uma das cidades reais, e era ainda maior do que Ai, e todos os seus homens eram valorosos (Js 10.2). Os gibeonitas eram chamados Heveus (Êx 13.5; 23.23,28; 33.2; 34.11; Dt 7.1; 20.17; Js 3.10; 9.1,7; 11.19; 24.11; Jz 3.3,5; 2Sm 24.7; 1 Rs 9.20; 1Cr 1015; 2Cc 8.7).   
        
2. Estratégias dos Gibeonitas.
Certamente os gibeonitas se reuniram para planejarem o que deveriam fazer para livrarem suas vidas e sua cidade. Apesar de serem guerreiros valentes, e sua cidade ser maior que Ai (Js 10.2); (se os habitantes de Ai eram doze mil (Js 8.25), então os gibeonitas eram superior e esse número). Eles não viam nenhuma vantagem em lutar contra Israel, pois entendiam e reconheciam que diante deste povo havia um Ser Soberano e invencível, e já conheciam a historia desde Moisés, sabiam que Deus tinha dado toda aquelas terras a Israel (Js 9.24); seria inútil pelejar com este povo e tentar se defender pela força humana. 

3. A tentativa de um pacto.
A única solução era fazer um pacto com Israel, e passar a conviver com eles. Mas como fazer um pacto com um povo que Deus dirigia e ordenara que destruísse todas aquelas nações? Os gibeonitas certamente sabiam que o Senhor tinha determinado a Josué o extermínio daquelas nações, assim sendo, eles sabiam que Josué jamais aceitaria este pacto. 

4. A astúcia dos Gibeonitas.
Então surge a idéia: vamos dizer que somos de terras distantes, quem sabe assim seremos aceitos e teremos paz com eles, e salvaremos as nossas vidas!
Mas como provar que somos de longe? Ai surge à idéia, e a astucia é apresentada: Ora, os moradores de Gibeão, ouvindo o que Josué fizera a Jericó e a Ai. usaram de astúcia: foram e se fingiram embaixadores, tomando sacos velhos sobre os seus jumentos, e odres de vinho velhos, rotos e recosidos, tendo nos seus pés sapatos velhos e remendados, e trajando roupas velhas; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento. E vieram a Josué, ao arraial em Gilgal, e disseram a ele e aos homens de Israel: Somos vindos duma terra longínqua; fazei, pois, agora pacto conosco. Responderam os homens de Israel a estes heveus: Bem pode ser que habiteis no meio de nós; como pois faremos pacto convosco? Então eles disseram a Josué: Nós somos teus servos. Ao que lhes perguntou Josué: Quem sois vós? e donde vindes? Responderam-lhe: Teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e tudo o que fez no Egito, e tudo o que fez aos dois reis dos amorreus, que estavam além do Jordão, a Siom, rei de Hesbom, e a Ogue, rei de Basã, que estava em Astarote. Pelo que nossos anciãos e todos os moradores da nossa terra nos falaram, dizendo: Tomai nas mãos provisão para o caminho, e ide-lhes ao encontro, e dizei-lhes: Nós somos vossos servos; fazei, pois, agora pacto conosco. Este nosso pão tomamo-lo quente das nossas casas para nossa provisão, no dia em que saímos para vir ter convosco, e ei-lo aqui agora seco e bolorento; estes odres, que enchemos de vinho, eram novos, e ei-los aqui já rotos; e esta nossa roupa e nossos sapatos já envelheceram em razão do mui longo caminho.

5. O erro de Josué e dos príncipes
Como não há homem perfeito sobre a terra, Josué erra mais uma vez; e desta vez com um erro muito grave e irreparável. Acontece que vendo Josué e os príncipes todas aquelas provas, acreditaram que realmente aquele povo vinha de longe. O grande erro de Josué aqui foi o de não consultar ao Senhor, e perguntar a Ele se deveriam fazer pacto com qualquer povo que fosse; o Senhor certamente teria respondido e revelado o engano! 
Vejamos a falta de vigilância de Josué e os príncipes: Então os homens de Israel tomaram da provisão deles, e não pediram conselho ao Senhor. Assim Josué fez paz com eles; também fez um pacto com eles, prometendo poupar-lhes a vida; e os príncipes da congregação lhes prestaram juramento (Js 9.14,15).
E quando se presta juramento diante de Deus, não se pede mais voltar atrás (Nm 30.2). Então os gibeonitas estavam livres e seguros, Israel não poderia mais feri-los. 

III. - A FARÇA DESCOBERTA

1. O espaço de três dias.
Se Josué tivesse pedido três dias de prazo para os gibeonitas para consultarem a Deus, não teriam caído no engano. Porque exatamente três dias depois encontraram este povo: Três dias depois de terem feito pacto com eles, ouviram que eram vizinhos e que moravam no meio deles. Tendo partido os filhos de Israel, chegaram ao terceiro dia às cidades deles, que eram Gibeão, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearir (Js 9.16.17).   
Então nada mais poderia ser feito, eles jamais poderiam matar um se quer de todo aquele povo, porque tinham jurado diante do Senhor que poupariam suas vidas; se agissem diferente, estariam em pecados diante de Deus.

2. Josué assume o compromisso feito com os gibeonitas.
Josué fez deste povo tirador de água e rachador de lenha; mas teve de poupou-lhes a vida e dar proteção a eles ate o fim. Aconteceu que quando os demais povos da terra souberam que os gibeonitas tinham feito pacto com Israel, se reuniram para destruir gibeão (Js 10.1-5). Acontece que quando os gibeonitas souberam que seriam atacados, pedem socorro a Josué, e agora aquele povo que deveriam destruir os gibeonitas, tem que se armar e sair à peleja contra aquelas nações, e defender aquele com quem fizeram pacto (Js 10.6-11).

3. Deus honrou o pacto feito com os gibeonitas.
Na mesma peleja de Israel contra aquelas nações que pretendiam destruir os gibeonitas, Deus agiu com obras milagrosas, enviou uma chuva de pedras sobre aquele povo, e foram mais os que morreram pelas pedras do que pela espada (Js 10.11). Também foi nessa peleja que aconteceu o fenômeno do maior dia da historia da humanidade em todos os tempos, sendo uma resposta de Deus a oração de Josué (Js 10.12-14). No tempo do rei Saul, este matou alguns dos gibeonitas, e por isto veio uma praga sobre Israel nos dias de Davi (2Sm 21.1), e para que cessasse essa fome em Israel, Davi teve de ir aos gibeonitas e ver o que eles queriam que se fizesse, e eles pediram sete homens dos filhos de Saul para serem enforcados; e assim foi feito, e cessou a praga (2Sm 21.2-9).

4. Lições que podemos tirar deste acontecimento.
a) Antes de assumir qualquer compromisso ou acordo com alguém, precisamos consultar a Deus.
b) Quando fizermos um pacto, ou voto diante de Deus, não podemos mais voltar atrás. 
c) O maior perigo que corremos ainda em nossos dias é o ardil e o engano de satanás.
d) Se por acaso cairmos em erros como Josué, precisamos imediatamente recorrermos a Deus.  
e) Termos a certeza de que se fazermos a nossa parte, Deus se encarrega de fazer aquilo que não esta em nosso alcance.   
f) Estarmos certo de que, a fé e a santificação são requisitos indispensáveis em nossas vidas.    
g) Entendermos que a vigilância, as vezes vale mais do que ações precipitadas.  
                                                
CONCLUSÃO
 Ao concluir este estudo, quero advertir a todos os leitores a que tenham muita vigilância e cuidado, porque satanás é o enganador e pai da mentira (Jó 8.44). Ele anda em derredor procurando alguém para tragar (1Pd 5.8). Mas devemos resisti-lo firmes, e ele fugira de nos (Tg 4.7; 1Pd 5.9). Em nossos dias, o inimigo não esta mais lutando com perseguições e espada, mas com engano, procurado se infiltrar no meio da Igreja, disfarçando-se de anjo de luz; e através de falsos obreiros procurando enganar a muitos (2Co 11.13-15). Porem diz-nos a palavra de Deus o seguinte: Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno (1Jo 5.18). 
Pr. Edevir Peron

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