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Subindo o Monte – Do Rosto de Moisés ao Rosto de Cristo

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 Desde os dias de Moisés, a humanidade ansiava por ver a glória de Deus. No deserto, Moisés ousou fazer um clamor: “Mostra-me a tua glória.” (Êxodo 33:18). Sua súplica foi atendida apenas em parte — Deus lhe permitiu ver Suas costas, mas não Seu rosto, pois “ninguém pode ver a Deus e viver”. Essa distância revelava a gravidade do pecado e a santidade de Deus. Séculos depois, em outro monte, três discípulos simples subiram com Jesus e viram algo que Moisés jamais contemplara: o rosto de Deus resplandecendo em glória , transfigurado diante deles. E sobreviveram. Ali estavam Moisés, Elias, e a Palavra encarnada. Mas ao final da visão, somente Jesus permaneceu . A Lei e os Profetas cumpriram seu papel, mas a plenitude da revelação está no Filho . Esta passagem convida você a subir espiritualmente esse monte. A jornada começa com o clamor por glória e termina diante da cruz — onde o Rosto foi escondido para que o nosso fosse restaurado. É um caminho de confronto e consolo, onde o bril...

A Porta Foi Você Quem Abriu: Não Culpe o Vento, Feche as Brechas

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Você abriu a porta da casa. O vento entrou e espalhou a sujeira que estava num canto, esperando ser recolhida. Agora ela está por todo lado. Seu primeiro impulso? Culpar o vento. Mas a verdade é simples: foi você quem deixou a porta aberta . Essa cena, tão cotidiana, representa uma realidade espiritual profunda . Quantas vezes nós deixamos frestas, portas entreabertas em nossa vida — em atitudes, palavras, omissões — e depois ficamos chocados com o caos que se espalha? E, para evitar o confronto interno, culpamos o vento , a situação, as pessoas… ou até mesmo o inimigo. Sim, o vento soprou. Mas a legalidade foi dada por quem abriu a porta. Frestas espirituais: brechas de legalidade Na caminhada cristã, aprendemos que o inimigo — Satanás — não pode simplesmente invadir a casa. Ele precisa de legalidade. E essa legalidade vem por meio das brechas que nós mesmos deixamos abertas: Falta de perdão Pecados ocultos Orgulho não confessado Palavras precipitadas Negligência ...

Por que o sol parou em Josué 10?

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Quando os cinco reis amorreus atacam os gibeonitas, Josué e o exército de Israel se mobilizam em defesa da aliança feita com eles. Então, algo surpreendente acontece: “O sol parou no meio do céu e não se apressou a pôr-se por quase um dia inteiro” (Josué 10:13). A princípio, pode parecer apenas um milagre cósmico para dar mais tempo à batalha. Mas, ao analisarmos o texto no hebraico bíblico, descobrimos algo ainda mais profundo: um confronto espiritual e simbólico contra os falsos deuses das nações. A palavra usada em Josué 10:13 para “parou” é דָּמַם (damam) , que pode ser traduzida como "ficar em silêncio", "ficar imóvel" ou "ficar atônito". O mesmo termo aparece em Êxodo 15:16, quando Moisés canta após a travessia do Mar Vermelho: “Pelo poder do teu braço, ficam imóveis (דָּמְמוּ) como pedra, até que passe o teu povo, ó Senhor.” Nesse cântico, o silêncio e a imobilidade são mais do que ausência de movimento — são uma expressão do terror e impotênci...

A Alegria e o Consolo que Vêm do Amor de Deus

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  Baseado em Filemom 1:7 "Tua demonstração de amor me trouxe muita alegria e conforto, pois tu, irmão, tens reanimado o coração do povo de Deus." (Filemom 1:7) Em um mundo marcado pela dor, pressa e distrações, muitos buscam alívio em soluções passageiras. Filmes, redes sociais, trabalho em excesso ou até mesmo isolamento são tentativas humanas de fugir da dor e preencher o vazio. No entanto, a Palavra de Deus nos lembra que a verdadeira alegria e o verdadeiro consolo não são frutos dessas escolhas, mas nascem de uma fonte mais profunda: o amor de Deus. O Amor que Consola O apóstolo Paulo escreve a Filemom reconhecendo algo extraordinário: o amor de Filemom trouxe conforto e alegria, não apenas a ele, mas a muitos outros crentes. O amor genuíno tem esse poder — ele refresca, reanima, consola, transforma. Mas esse amor, que cura e fortalece, não nasce de um coração egoísta. Ele vem de um coração que já foi curado, consolado e tocado por Deus. Deus não é um conceito f...

Entre a Vida e a Morte

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   Um Chamado à Escolha Vivemos em uma época de decisões rápidas, escolhas impensadas e caminhos que se bifurcam a cada passo. Em meio ao ruído das opiniões e à velocidade das mudanças, Deus ainda nos faz um convite antigo, mas atual: “Escolhe, pois, a vida” (Deuteronômio 30:19, ARA). Essa frase, que ecoa desde os dias de Moisés, continua sendo um chamado urgente para todo cristão. A Bíblia é marcada por escolhas: Adão escolheu desobedecer, Daniel escolheu se manter puro, Rute escolheu seguir a voz do Espírito, e um dos ladrões na cruz escolheu crer. Jesus, o próprio Filho de Deus, escolheu vir em carne e morrer por nós , oferecendo-nos a chance de vida eterna. O Reino de Deus não é automático — ele se revela nas decisões conscientes de seguir, renunciar, confiar e obedecer. Nosso plano devocional "Entre a Vida e a Morte" nos conduz por seis dias de reflexões profundas, mostrando que cada dia é uma nova oportunidade de escolher Cristo. Desde a obediência no Éden até a mat...

Obedecer ou Apenas Receber? A Pergunta que Revela o Coração

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  Vivemos em uma geração que ora para conquistar, mas reluta para obedecer. Muitos se aproximam de Deus com a expectativa de receber, mas não com a disposição de se submeter. A frase provocativa — “Quando Deus pede algo que eu não quero, eu oro. Mas quando Ele quer me dar um carro zero, eu aceito na hora” — escancara um comportamento mais comum do que imaginamos: espiritualidade seletiva. Essa seletividade tem um nome: evangelho utilitário . É aquele que transforma Deus em um “resolvedor de problemas” e não em Senhor das nossas decisões. Nele, as bênçãos são mais valorizadas que a presença, e a oração se torna moeda de troca, não lugar de rendição. O Chamado de Cristo Sempre Foi à Cruz, Não ao Conforto Quando Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24), Ele deixou claro que o discipulado exigiria renúncia. O problema não está em pedir — está em pedir sem estar disposto a obedecer. Está em querer os frutos do Reino s...

Salmo 3 no Contexto Judaico: Confiança Radical em Meio ao Caos

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O Salmo 3 não é apenas uma bela poesia — é um grito da alma em meio à dor mais intensa. Ele começa com uma inscrição histórica: “Salmo de Davi, quando fugia de Absalão, seu filho…” (Salmo 3:1, ARA). Esta não é uma oração feita em segurança, no conforto do palácio. É uma súplica escrita no deserto, no ápice de uma crise familiar, onde um pai foge de um filho que o traiu. Uma Dor Que Vem de Dentro A dor causada por Absalão não era apenas política, era pessoal. Davi não estava apenas tentando salvar sua vida — ele estava tentando lidar com o colapso de sua família, seu reinado e talvez sua própria identidade. Em vez de reagir com raiva ou desespero, ele se volta para Deus. Magen: O Escudo Que Envolve Em meio à traição, Davi declara algo surpreendente: “Mas Tu, Senhor, és o meu escudo...” (v. 3) No hebraico, a palavra usada é מָגֵן (magen) . Este termo vai além de um escudo físico: refere-se a um protetor que envolve por completo , como uma muralha viva. Na tradição judaica, o te...