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Quando a Razão Encontra o Cuidado

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Nossa civilização ocidental foi erguida sobre pilares que, em grande medida, refletem valores associados ao masculino: objetividade, razão, poder, eficiência, competitividade e rivalidade. Esses elementos, quando bem direcionados, geraram avanços notáveis na ciência, na tecnologia e na organização social. Entretanto, quando isolados de sua contraparte, acabaram produzindo um mundo funcional, mas muitas vezes frio, onde a pessoa é reduzida a um número, a um recurso ou a uma coisa. Assim, ao mesmo tempo em que contemplamos o impressionante progresso material, testemunhamos também a degradação da qualidade de vida, a solidão, a ansiedade e a perda do sentido profundo da existência. Desde o princípio, Deus não criou o homem para viver nem governar sozinho. “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18) — essa palavra não diz apenas respeito ao casamento, mas à necessidade do complemento feminino na própria estrutura da humanidade. O homem, por sua inclinação, volta-se para as coisas; a mulhe...

A igreja fora das 4 paredes

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  O relato da cura da sogra de Pedro, uma das primeiras ações miraculosas registradas no Evangelho de Marcos, oferece um paradigma valioso para compreender a missão da “igreja em saída” na contemporaneidade. Essa passagem demonstra a proximidade compassiva de Jesus, que ao sair da sinagoga, se dirige à casa de Pedro e, pelo toque da mão, ergue a mulher doente, que imediatamente se levanta para servir, símbolo do discipulado ativo e da continuação da missão de Jesus no mundo. Contexto e sentido do milagre No Evangelho de Marcos, logo após a pregação na sinagoga e a expulsão de um demônio (Marcos 1,21-28), Jesus realiza aquela que é considerada sua primeira cura pública (Marcos 1,29-31). Marcos enfatiza o movimento urgente e decisivo de Jesus: "tendo saído da sinagoga, foram à casa de Simão e André" e ali curou a sogra de Simão, que estava prostrada com febre. O gesto de "aproximar-se" e "segurar pela mão" revela a compaixão divina que devolve a saúde e a vi...

Deus se abala quando pecamos?

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  O que acontece com Deus quando pecamos? A maioria dos leitores da Bíblia sabe que  o pecado traz consequências para nós, seres humanos . A história bíblica é clara: A iniquidade de Caim leva ao afastamento e isolamento (Gn 4:13-16). A maldade extrema da humanidade provoca o dilúvio (Gn 6:5-7). Paulo resume de forma definitiva:  "O salário do pecado é a morte"  (Rm 6:23). Mas a pergunta que muitas vezes não fazemos é: O pecado também afeta a Deus? E se sim,  de que maneira ? 1.  O peso do pecado na experiência humana Na Bíblia, o pecado não é apenas uma "mancha espiritual" ou um "problema moral". Muitas vezes, ele é descrito como um  peso físico . Após matar Abel, Caim diz a Deus: "A minha iniquidade é maior do que eu posso suportar"  (Gn 4:13). No hebraico, essa frase não é apenas uma metáfora: é como se Caim dissesse que o pecado é  uma carga insuportável sobre seus ombros . Até o Faraó, em meio às pragas, reconheceu essa realidade: "Leva...