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A ira de Deus e suas consequências em Romanos 1,18-32

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  A carta de Paulo aos Romanos traz uma reflexão profunda sobre a ira de Deus revelada contra a impiedade e injustiça humana, principalmente no contexto dos pagãos que negam a Deus e se entregam à idolatria. Essa passagem (Romanos 1,18-32) é crucial para compreender a condição humana diante de Deus, destacando que tanto pagãos quanto judeus estão sujeitos ao juízo divino, mas a salvação é oferecida a todos pela fé em Cristo. A ira de Deus revelada do céu Paulo afirma que a ira de Deus "é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (Romanos 1,18). Essa ira não é um capricho, mas uma resposta justa e santa contra aqueles que, conhecendo a Deus, o rejeitam e pervertem a verdade, escondendo-a em seus corações (Romanos 1,19-21). O que leva à ira é a rejeição consciente e voluntária de Deus, que resulta na idolatria — trocar a glória do Deus incorruptível por imagens feitas pelo homem (Romanos 1,22-23). O motivo da ira: a idolatr...

Antes que os portões se fechem

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A imagem dos portões é recorrente nas Escrituras. Os portões eram lugares de decisão, de juízo e de proteção. Neles se assentavam os anciãos para julgar (Rute 4:1), e através deles a cidade podia ser guardada ou exposta. Quando os portões se fechavam, nada mais entrava, nada mais saía. Era sinal de segurança, mas também de limite. Assim também é com a nossa vida diante de Deus: há um tempo em que os portões da graça estão abertos, e outro em que eles se fecharão . Jesus disse: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lucas 13:24). Enquanto a porta está aberta, é tempo de arrependimento, reconciliação e fé. Mas o fechamento dos portões anuncia o fim da oportunidade. A parábola das dez virgens deixa isso claro: quando o Noivo chegou, as prudentes entraram, “e fechou-se a porta” (Mateus 25:10). As néscias chegaram depois, mas ouviram a sentença terrível: “Não vos conheço” . O perigo da vida moderna é viver como se os ...

Antes que os Portões se Fechem

  A imagem dos portões é recorrente nas Escrituras. Os portões eram lugares de decisão, de juízo e de proteção. Neles se assentavam os anciãos para julgar (Rute 4:1), e através deles a cidade podia ser guardada ou exposta. Quando os portões se fechavam, nada mais entrava, nada mais saía. Era sinal de segurança, mas também de limite. Assim também é com a nossa vida diante de Deus: há um tempo em que os portões da graça estão abertos, e outro em que eles se fecharão . Jesus disse: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão” (Lucas 13:24). Enquanto a porta está aberta, é tempo de arrependimento, reconciliação e fé. Mas o fechamento dos portões anuncia o fim da oportunidade. A parábola das dez virgens deixa isso claro: quando o Noivo chegou, as prudentes entraram, “e fechou-se a porta” (Mateus 25:10). As néscias chegaram depois, mas ouviram a sentença terrível: “Não vos conheço” . O perigo da vida moderna é viver c...

Diante do Justo Juiz

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  O juízo de Deus é um dos temas centrais das Escrituras e impacta profundamente a vida cristã, trazendo à tona questões de justiça, santidade, misericórdia e esperança. Diferente da visão puramente punitiva frequentemente associada ao julgamento divino, a Bíblia apresenta o juízo como manifestação da justiça perfeita e do amor de Deus. Ele não deseja a destruição dos pecadores, mas sim o arrependimento, a restauração e a reconciliação de todas as coisas. No Antigo Testamento, o juízo é visto nos atos de disciplina para Israel, revelando o compromisso de Deus com um povo santo e justo. Profetas, como Jeremias, Isaías e Ezequiel, anunciam tanto consequências para o pecado quanto promessas de restauração. O juízo de Deus também é revelado nas alianças, nas ações corretivas e na paciência do Criador ao lidar com a humanidade ao longo da história. Com a vinda de Jesus, o juízo recebe uma nova dimensão. Cristo é apresentado como o Justo Juiz, mas também como o Salvador gracioso, que ofe...

Sangue no Velho e Novo Testamentos

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O sangue ocupa lugar central nas Escrituras e, para o cristianismo, ele atinge seu clímax na cruz de Cristo. No Antigo Testamento, especialmente em Levítico, Deus ordenou sacrifícios de animais, com derramamento de sangue, como meio de expiação pelos pecados do povo (Lv 17:11). Esses rituais apontavam para algo maior: o sacrifício perfeito que viria em Jesus, o Cordeiro de Deus (Jo 1:29). Com a destruição do Templo em Jerusalém, os sacrifícios prescritos na Lei deixaram de ser realizados, e o judaísmo desenvolveu práticas de expiação centradas no arrependimento, na oração e em atos de justiça. Já o cristianismo vê na morte e ressurreição de Cristo o cumprimento e a substituição definitiva de todo o sistema sacrificial. Para os cristãos, o sangue de Jesus inaugurou a Nova Aliança (Mt 26:28), purificando a consciência e abrindo acesso direto a Deus (Hb 9:13-14; 10:19-22). Enquanto a Lei de Moisés exigia repetidos sacrifícios para purificar cerimonialmente o povo, o evangelho proclama q...

Teshuvá: O Retorno que Transforma

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A palavra hebraica para arrependimento — תשובה ( teshuvá ) — carrega em si um poder que vai muito além do mero remorso emocional. Derivada do verbo שוב ( shuv ), que significa “voltar”, “retornar” ou “dar meia-volta”, teshuvá é uma das expressões mais profundas da espiritualidade bíblica. O arrependimento, à luz das Escrituras, não é apenas um sentimento de culpa ou pesar. Não se limita às lágrimas que escorrem nem aos suspiros angustiados por erros cometidos. Teshuvá é, antes de tudo, uma ação deliberada. É uma mudança de rota. Uma guinada em direção ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído: a presença de Deus. O termo shuv aparece mais de mil vezes no Tanach (Antigo Testamento), em contextos variados. Em Jeremias 3:12-14, por exemplo, Deus clama ao povo: “Volta, ó rebelde Israel [...] voltai, filhos rebeldes”. Aqui, a ideia de shuv é nitidamente geográfica e espiritual: o povo se afastou do Senhor, e agora é chamado a retornar — não apenas no coração, mas no caminho. O arr...

Entendendo o Amor Incomparável de Deus

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Plano Biblico:  http://bible.us/r/FRX  Graça x Misericórdia “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo — pela graça sois salvos” (Efésios 2:4-5, ARA). Em nossa caminhada cristã, é comum usarmos os termos “graça” e “misericórdia” como sinônimos. Ambos revelam o caráter amoroso de Deus, mas carregam significados distintos que, quando compreendidos, aprofundam nossa visão do Evangelho e fortalecem nossa gratidão pela salvação. Misericórdia: Deus retém o castigo que merecemos A palavra “misericórdia” (do latim misericordia , que significa “compaixão pelos miseráveis”) aponta para o ato divino de não nos dar aquilo que merecíamos — o juízo, a condenação, a punição pelos nossos pecados. É o olhar de compaixão de um Pai que vê nosso estado de miséria espiritual e, por amor, decide nos poupar. Na Bíblia, a misericórdia está intimamente ligada ao perdão. Em Lamentaçõe...

Você Foi Convidada Para a Mesa do Rei

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  Baseado em Isaías 55:1-3, II Samuel 9:6-7, I Pedro 1:18-21 e Lucas 22-23 Imagine receber um convite inesperado: jantar com a maior autoridade do mundo. Mas você não tem roupa adequada, nem dinheiro para a passagem. Talvez nem saiba como usar os talheres certos. Seria uma situação constrangedora, não é? Mas, e se eu te dissesse que o maior Rei do universo está te convidando para Sua mesa — e que tudo já foi pago ? Essa é a essência de Isaías 55: “Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei...” (Isaías 55:1, ARA). Como comprar sem dinheiro? Porque o preço já foi pago. Mefibosete: A Graça que Chama os Esquecidos Mefibosete era aleijado, esquecido, e considerado indigno aos olhos humanos. No entanto, o rei Davi o chamou para comer continuamente à sua mesa (II Sm 9:6-7). Ele não fez nada para merecer. Mas havia uma aliança — uma promessa feita a Jonatas. E pela fidelidade de Davi àquela aliança, Mefibosete encontr...

Por que Judas beijou Jesus?

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  O Beijo da Unção Quando Judas chega ao Getsêmani, ele diz à multidão que o acompanhava: “Aquele que eu beijar (φιλήσω; philéso ) é ele; prendei-o.” O verbo usado aqui, φιλέω ( philéō ), tem um sentido mais amplo do que apenas “beijar”; trata-se de um amor afetuoso, muitas vezes fraternal. Mas quando Lucas descreve a cena do beijo, ele usa uma forma intensificada: κατεφίλησεν αὐτόν ( kat-ephílesen autón ), que pode ser traduzido como “beijou calorosamente”, “beijou com insistência” — o prefixo kata- dá intensidade ao gesto, como quem se demora no contato. Essa escolha linguística revela mais do que um simples sinal combinado. Há uma ironia cortante: philéō é um verbo que expressa amor, ternura e vínculo íntimo — mas Judas o utiliza como veículo de traição. É como se ele profanasse a linguagem do amor para consumar o abandono. Quando Yeshua, com profunda tristeza, pergunta: “Judas, com um beijo ( φιλήματι ; philémati ) tu trais o Filho do Homem?” , o termo philéma significa...

Nem Contradição, Nem Tradição: A Sabedoria por Trás das Decisões de Paulo

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  Em Atos 16 e Gálatas 2, nos deparamos com duas atitudes aparentemente opostas do apóstolo Paulo. Em uma, ele circuncida Timóteo. Em outra, ele se recusa a circuncidar Tito. Para alguns, isso pode parecer incoerência. Mas, para quem olha com olhos espirituais, essas ações revelam um coração cheio de discernimento, liberdade e amor. Paulo não agiu por contradição, tampouco por apego cego à tradição. Ele agiu com sabedoria vinda do alto. A Circuncisão de Timóteo: Amor que Abre Caminhos Timóteo era filho de uma judia crente e de um pai grego. Apesar de ser bem falado pelos irmãos, sua origem poderia se tornar um obstáculo no ministério entre os judeus. Paulo, então, decide circuncidá-lo (Atos 16:3). Mas o motivo não era agradar aos homens ou cumprir uma exigência legal. Era uma estratégia missionária. Um ato de amor. Paulo sabia que, ao remover essa barreira cultural, Timóteo teria acesso aos corações e aos lugares que talvez se fechassem diante de um "judeu incircunciso". O...

Yeshua: O Nome que Revela a Salvação

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Em Mateus 1:21, lemos que Deus dá a Maria a instrução de nomear seu filho como Yeshua , “porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”. Este versículo carrega um significado profundo que, infelizmente, se perde na maioria das traduções modernas. Em português, ao traduzirmos Yeshua como “Jesus”, não percebemos a ligação direta e poderosa entre o nome e a missão do Salvador. No hebraico original, no entanto, essa conexão é evidente. A palavra hebraica usada para “ele salvará” é yoshia (יוֹשִׁיעַ), derivada da raiz verbal י-ש-ע ( y-sh-a ), que significa “salvar”, “libertar”, “resgatar”. Essa mesma raiz está presente no nome Yeshua (יֵשׁוּעַ), uma forma abreviada de Yehoshua (יְהוֹשֻׁעַ), que quer dizer “O Senhor é salvação”. Ou seja, o próprio nome de Jesus em hebraico expressa sua missão: Ele é a salvação de Deus encarnada. Contudo, muitos israelenses hoje se referem a Jesus como Yeshu (ישו), uma forma que, à primeira vista, pode parecer apenas uma variação fonética ou uma abre...

Herança Invisível: A iniquidade, a Epigenética e o Legado Espiritual

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  A iniquidade, no contexto bíblico, é compreendida como uma forma de pecado que vai além de meras ações erradas ocasionais. Ela é frequentemente associada a uma perversão da justiça, uma rebeldia contínua contra Deus e um estado de corrupção moral. Diferente de um pecado isolado, a iniquidade representa um padrão persistente de comportamento contrário à vontade de Deus. Em Salmos 51:5, Davi reconhece sua condição: "Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe." Aqui, ele destaca que a iniquidade é algo que pode estar presente desde o nascimento, sendo transmitida ao longo das gerações. Um versículo relevante que menciona o impacto da iniquidade de uma geração sobre outra é Êxodo 20:5, que diz: "Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam." Essa passagem tem sido interpretada como uma indicação de que os pecados dos pais podem ter consequências dura...