Quando se confunde perdão com permissão

Introdução Perdoar é um mandamento cristão, mas permitir que alguém continue ferindo nossa alma, repetidamente, não é sinônimo de espiritualidade — é confusão emocional. Muitos, em nome do perdão, perpetuam ciclos de abuso, negligência ou desrespeito, acreditando que a graça precisa abrir mão da verdade e da justiça. Mas será que Jesus ensinou isso? Será que o perdão exige ausência de limites? Desenvolvimento Jesus ensinou o perdão ilimitado (Mateus 18:21-22), mas nunca pregou permissividade. Quando lemos os Evangelhos, encontramos um Cristo compassivo, que perdoava pecadores, mas que também confrontava os hipócritas, se retirava de ambientes tóxicos e silenciava diante da zombaria injusta (Lucas 23:9). Ele perdoou quem o traiu, mas não reintegrou Judas ao grupo dos discípulos. Perdoou Pedro, mas o levou ao arrependimento antes da restauração (João 21:15-17). O perdão liberta quem perdoa. Mas a permissão contínua para que alguém nos destrate não é sinal de santidade — é falta...