Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Parábola

Reino de Deus semelhantes a Dez Virgens

Imagem
 A parábola das dez virgens em Mateus 25,1-13 é uma das passagens mais comentadas do Evangelho de Mateus. O texto é geralmente aceito como uma unidade coerente, mas há debates sobre seu gênero literário, entre definição como parábola ou alegoria, o que influencia diretamente as possibilidades de interpretação. Este artigo utiliza o método histórico-crítico para analisar a perícope, oferecendo uma segmentação, tradução, crítica textual, análise da forma e gênero, além de um comentário exegético dos principais termos e a história da interpretação. Estrutura e segmento do texto A perícope inicia com a fórmula típica mateana: “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens, que tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo” (Mateus 25,1). O texto se divide em quatro quadros principais: apresentação dos dois grupos (virgens sábias e tolas), seu sono, o diálogo entre elas, e a entrada ou exclusão na festa de bodas, encerrando com o ensino final para vigiar, pois não se sabe ...

Parabola: O Fabricante do Silêncio

Imagem
Ninguém nunca via o Fabricante do Silêncio chegando. Era como se estivesse sempre ali, pairando, presente no espaço entre as palavras não ditas. Seu trabalho não era criar silêncio natural, aquele que existe entre os pensamentos ou na solidão escolhida. Ele moldava o silêncio da pressão, aquele que se impõe sobre os ombros como um peso invisível. As pessoas aprendiam cedo a reconhecer sua obra. Na infância, quando a mãe, exausta, não queria ouvir perguntas demais. Na adolescência, quando as opiniões eram engolidas para evitar risos ou olhares de desaprovação. Na vida adulta, quando a coragem de falar era esmagada pela expectativa de que certas verdades não deviam ser pronunciadas. O Fabricante do Silêncio trabalhava nas entrelinhas. Ele estava nas reuniões onde ninguém ousava discordar do chefe. Nos almoços de família em que certos assuntos eram tabu. Nos relacionamentos onde os sentimentos eram sufocados pelo medo de perder o outro. Cada vez que alguém mordia a língua antes de express...

Parabola do Filho Pródigo: Interpretação Etimológica e Cultural

Imagem
  A parábola do filho pródigo, encontrada em Lucas 15:11-32, é uma das mais conhecidas narrativas de Jesus, rica em simbolismo e lições espirituais. Quando interpretada à luz do hebraico bíblico e das normas sociais da época, revela profundos significados culturais e espirituais. 1. Divisão da Herança No contexto judaico do século I, a herança era distribuída segundo a Lei Mosaica. O filho mais velho recebia uma porção dobrada (Deuteronômio 21:17), enquanto os filhos mais novos recebiam partes menores. Pedir a herança antes da morte do pai era considerado um ato de extrema desonra, equivalente a desejar a morte do pai. O pedido do filho mais novo no início da parábola representava uma violação da honra familiar e uma rebelião contra as tradições patriarcais . 2. O Pai Correndo para o Filho Na cultura do Antigo Oriente Médio, homens idosos e dignitários não corriam em público. Correr exigia levantar a túnica, expondo as pernas, o que era considerado vergonhoso. O gesto do pai...