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Mostrando postagens com o rótulo Tradução

Pois eu odeio o divórcio (Malaquias 2:16-17)

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"Pois eu odeio o divórcio (כִּי-שָׂנֵא שַׁלַּח)", diz o Senhor" (Malaquias 2:16-17). Este versículo tem sido tradicionalmente interpretado como uma condenação direta do divórcio por parte de Deus. No entanto, um exame mais profundo da gramática hebraica sugere que a tradução comum "Eu odeio o divórcio" pode não ser a mais precisa. A gramática hebraica e sua tradução correta No texto hebraico original, encontramos a expressão כִּי-שָׂנֵא שַׁלַּח ( ki sane shalach ), cuja análise revela uma estrutura gramatical diferente da tradução tradicional. O termo כִּי (ki) pode significar "porque" ou "se", dependendo do contexto. O verbo שָׂנֵא (sane) está no masculino singular e significa "ele odeia". Já שַׁלַּח (shalach) vem do verbo שלח ( shalach ), que significa "enviar" ou "expulsar". Assim, a estrutura gramatical aponta para um sujeito masculino que realiza a ação de odiar e divorciar, em vez de indicar di...

Big Bang vs. Gênesis

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Os que tentam harmonizar a teoria do "big bang" com o relato bíblico afirmam que Gênesis descreve a criação de maneira semelhante, ou seja, ex nihilo, ou "a partir do nada". Eles defendem que Deus criou o cosmos a partir do nada, citando Gênesis 1:1 como evidência. No entanto, uma tradução mais detalhada e uma leitura contextual do texto revelam que Gênesis não descreve um evento semelhante ao "big bang". Ao analisarmos mais profundamente, percebemos que a narrativa bíblica não inclui um começo semelhante ao da teoria do big bang. Então, o que Gênesis 1:1 realmente diz? A Importância da Tradução A maioria das traduções em inglês de Gênesis 1:1 traz algo como: "No princípio, Deus criou os céus e a terra". No entanto, o termo hebraico בְּרֵאשִׁית (be'reshit) não possui um artigo definido, e o prefixo (ב; bet) muitas vezes indica um sentido temporal. Uma tradução mais precisa poderia ser: "Quando no início". Isso muda a nossa percepção...

Histórias e Mitologias na Criação da Bíblia

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  A formação da Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é um dos processos mais fascinantes e complexos da história religiosa. Ao longo dos séculos, surgiram várias histórias e mitologias em torno da sua criação, canonização e transmissão. Algumas dessas histórias refletiam o desejo de exaltar a santidade das Escrituras, enquanto outras foram frutos de mal-mitosentendidos ou simplificações excessivas. Neste artigo, vamos explorar algumas dessas narrativas e esclarecer o que é mito e o que é realidade sobre a criação da Bíblia. 1.  O Mito da Septuaginta Milagrosa Uma das histórias mais conhecidas na formação da Bíblia é a lenda da  Septuaginta , a tradução grega do Antigo Testamento. Segundo a tradição judaica e cristã, o rei Ptolemeu II, no século III a.C., convocou 70 (ou 72) estudiosos judeus para traduzirem a Torá (os primeiros cinco livros da Bíblia) do hebraico para o grego. A lenda afirma que os estudiosos trabalharam de forma independente e, após 70 dias...