Tudo é do Senhor, mas os pecados são nossos!


Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. 

Na Bíblia Strong, a frase "sua plenitude" em Salmos 24:1 é traduzida do hebraico "מְלוֹא" (məlō), que vem da raiz "מלא" (malā'), significando "encher", "completar" ou "totalidade". A palavra expressa a ideia de algo que está completamente cheio ou pleno, referindo-se não apenas à extensão física, mas também à totalidade ou completude de algo.

Neste contexto, "sua plenitude" refere-se à completude ou totalidade da terra que pertence ao Senhor. Isso implica que tudo o que existe na terra, incluindo seus recursos naturais, sua beleza, seus habitantes e suas realizações, está sob a soberania e propriedade de Deus. Ele é o dono absoluto de tudo, e nada escapa de sua domínio ou providência.

Assim, ao dizer "Do Senhor é a terra e a sua plenitude", o Salmo 24:1 não apenas afirma a propriedade de Deus sobre a terra fisicamente, mas também reconhece que toda a totalidade da criação, com tudo o que nela existe, está sob a autoridade divina. Esta expressão destaca a grandiosidade e a soberania de Deus sobre todo o universo, reforçando a ideia de que tudo o que existe é parte do Seu domínio e propósito.


1 Coríntios 6:19-20 diz:

"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo."

Em 1 Coríntios 6:19-20, o apóstolo Paulo enfatiza a ideia de posse e santidade do corpo humano sob a perspectiva cristã. Utilizando a Bíblia Strong para uma análise mais profunda, encontramos que as palavras-chave como "corpo" (σῶμα, sōma), "templo" (ναός, naos), e "habitais" (οἰκέω, oikeō) são cruciais para entender o contexto e a mensagem.

"Corpo" (σῶμα, sōma) neste contexto não se refere apenas à estrutura física, mas sim à totalidade do ser humano, incluindo aspectos físicos, mentais e espirituais. Quando Paulo fala que o corpo é o "templo" (ναός, naos) do Espírito Santo, ele usa uma palavra que no contexto grego e judaico antigo se referia a um lugar sagrado de adoração e morada divina. Isso implica uma santidade e um valor imenso atribuído ao corpo humano, visto como o local de residência do próprio Deus através do Espírito Santo.

A expressão "que habita em vós" (οἰκέω, oikeō) reforça essa ideia de permanência e posse divina, indicando que Deus não é um visitante temporário, mas alguém que estabelece residência e vive continuamente dentro dos crentes.

Assim, quando Paulo diz "não sois de vós mesmos", ele está enfatizando a noção de que os crentes foram comprados por um preço, referindo-se ao sacrifício de Cristo. Esse conceito estabelece uma relação de propriedade onde o crente pertence a Deus, não apenas como criação, mas também como redimido ou comprado, reforçando a ideia de que a vida do crente deve honrar a Deus, respeitando o corpo como um templo sagrado.

Refletir sobre essa passagem nos convida a considerar como estamos tratando nosso corpo e nossa vida. Estamos vivendo de maneira que honra a Deus, reconhecendo que não pertencemos a nós mesmos, mas a Ele? Isso envolve cuidar de nosso bem-estar físico, mental e espiritual, e viver de uma maneira que reflita a santidade e a posse divina de nossa existência.


Gálatas 2:20: Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.

Em Gálatas 2:20, Paulo expressa um conceito profundo de posse espiritual ao afirmar "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim". Esta declaração reflete uma transformação fundamental na identidade e na experiência de vida do apóstolo, que pode ser entendida em termos de posse.


A frase "Já não sou eu quem vive" indica uma mudança de posse da própria vida. Antes, Paulo vivia como Saulo, seguindo suas próprias vontades e perseguições contra os cristãos. Após sua conversão, sua vida não lhe pertencia mais; ele se tornou propriedade de Cristo. Isso significa que suas ações, decisões e propósitos não são mais dirigidos por seus próprios desejos ou vontades, mas pela influência e direção de Cristo que vive nele.

"Mas Cristo vive em mim" revela a posse divina em ação. Cristo não apenas influencia ou guia Paulo, mas vive ativamente dentro dele. Essa presença contínua transforma a maneira como Paulo vive, pensa e age. Ele está sob nova gestão, por assim dizer, onde Cristo é o diretor e proprietário de sua vida.

Essa passagem fala profundamente sobre a identidade cristã, onde a posse não é uma questão de controle autoritário, mas uma relação de amor e entrega. Ao dizer que Cristo vive nele, Paulo destaca a ideia de que a verdadeira vida cristã é aquela em que o crente é possuído por Cristo, vivendo em constante comunhão e obediência a Ele.

Gálatas 2:20 não apenas descreve uma mudança de identidade para Paulo, mas também oferece um modelo para os cristãos de como a vida deve ser vivida – uma existência onde não somos os proprietários de nossa vida, mas onde Cristo é o possuidor e diretor de tudo que somos e fazemos.


Ezequiel 18:20, "A alma que pecar, essa morrerá", traz à tona a questão da posse e responsabilidade pessoal em relação ao pecado. Este versículo destaca a ideia de que cada indivíduo possui suas ações e, consequentemente, as responsabilidades decorrentes dessas ações.

No contexto da posse, o pecado não é visto como algo externo que simplesmente acontece com as pessoas; é uma escolha consciente e, portanto, algo que "pertence" à pessoa que o comete. A afirmação de que "a alma que pecar, essa morrerá" sublinha a gravidade do pecado e o fato de que cada um é responsável por suas próprias transgressões. Não há transferência de culpa ou responsabilidade para outros.

Esta passagem de Ezequiel fala diretamente à noção de responsabilidade individual. Ela desafia a ideia de que podemos culpar circunstâncias externas, outras pessoas ou até nossa herança genética ou cultural por nossos erros. Em vez disso, ela afirma que cada pessoa é possuidora de suas próprias ações e, consequentemente, deve arcar com as consequências dessas ações.

Devemos assumir a propriedade de nossos atos, reconhecendo onde falhamos e buscando ativamente o arrependimento e a mudança de vida. A responsabilidade pessoal pelo pecado é um chamado à introspecção e à mudança, enfatizando a necessidade de uma relação pessoal e responsável com Deus, onde reconhecemos nossa falibilidade e buscamos Sua graça para transformação e redenção.


"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." 1 João 1:8-9

Em 1 João 1:8-9, a expressão "nossos pecados" é importante para entender a dinâmica da confissão e do perdão no contexto cristão. A palavra "pecados" traduzida do grego é "ἁμαρτίας" (hamartias), que vem da raiz "ἁμαρτάνω" (hamartanō), significando "errar o alvo", "fazer o que é errado" ou "pecar". Esta terminologia implica não apenas em um erro ou falha, mas em uma ação que é contrária à vontade e à lei de Deus, indicando uma quebra na relação entre o indivíduo e o divino.

A palavra "nossos" em "nossos pecados" pode ser traduzida e entendida com base na língua original em que o Novo Testamento foi escrito, que é o grego. A palavra "nossos" é uma forma possessiva que denota propriedade ou posse. No grego do Novo Testamento, "nossos" seria traduzido como "ἡμῶν" (hēmōn), que é um pronome possessivo na primeira pessoa do plural. Ele indica posse ou pertencimento, implicando que os pecados são cometidos por nós e, portanto, são nossa responsabilidade.

Quando se fala de "nossos pecados" no contexto bíblico, está-se enfatizando a responsabilidade pessoal e coletiva pelos atos cometidos. A tradução e o entendimento de "nossos" nos conecta com a responsabilidade de reconhecer e confessar esses pecados como nossos próprios, e não de outra pessoa.

A posse dos pecados, neste caso, não é algo a ser desejado ou mantido, mas reconhecido e confessado. O uso de "nossos" antes de "pecados" reflete a posse e a responsabilidade pessoal sobre esses atos. Não se trata apenas de pecados em um sentido abstrato, mas de ações e escolhas individuais que cada pessoa cometeu e pelas quais é responsável.

Confessar "nossos pecados", portanto, é reconhecer nossa posse e responsabilidade sobre eles. Este ato de confissão não é simplesmente um reconhecimento de falhas, mas um passo em direção à restauração da relação com Deus. Ao admitir nossos pecados, não estamos apenas listando nossos erros, mas reconhecendo nossa falha em cumprir a vontade de Deus e nossa necessidade de Sua intervenção para a redenção.

O texto prossegue afirmando que Deus é "fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". Isso indica que, embora tenhamos a posse dos nossos pecados, temos também a promessa divina de perdão e purificação. A confissão sincera, portanto, não é apenas sobre assumir a propriedade de nossos erros, mas também sobre entregar essa posse a Deus, confiando que Ele é capaz de nos transformar e nos limpar de nossa injustiça.

Assim, 1 João 1:8-9 nos encoraja a tomar posse de nossos atos, confrontando e confessando nossos pecados diante de Deus, e ao mesmo tempo, nos lembra da graça restauradora e purificadora disponível através da fé em Cristo.






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