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O perigo da naturalização do feminicídio

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Ela caiu do alto, não por acidente, mas por um ato de violência fria e calculada. Seu corpo foi esmagado, pisoteado, despedaçado, irreconhecível aos olhos humanos. Mas a tragédia não termina na morte física; o silêncio que a segue, a naturalização de sua dor, é outra forma de brutalidade. Este é o eco de um feminicídio que atravessa séculos, do Antigo Testamento até hoje, quando algumas mortes de mulheres são vistas como “merecidas”, enquanto outras provocam indignação. Jezabel, rainha de Israel, viveu um destino cruel. Traída por aqueles em quem confiava, lançada do alto de seu palácio, esmagada por cavalos, seu corpo foi degradado, e nem a sepultura lhe foi concedida (2Rs 9.33-35). Muitos, inclusive dentro das igrejas, justificam sua morte, lembrando que era idólatra, estrangeira, mulher de poder. Mas ao naturalizar sua morte como consequência de sua vida, ignoramos que Deus não mede o valor de uma vida pela religião, origem ou posição social. Jezabel é reduzida a uma lição moral, q...