Gênesis 30:37-39 – Os Galhos de Jacó - Parte 1
Em Gênesis 30:37-39, Jacó utiliza galhos de três árvores – álamo, amendoeira e plátano – para influenciar a reprodução dos rebanhos. Embora pareça um ato incomum, ele carrega profundos significados simbólicos, relacionados tanto às características dessas árvores quanto ao contexto da vida de Jacó.
Primeira Árvore: Álamo (Livnê)
O álamo é a primeira árvore cujos galhos Jacó usou. Em hebraico,
"livnê" (לבנה) deriva da mesma raiz de "lavan" (לבן), que
significa "branco", o que também é o nome de Labão, sogro de Jacó. O
tronco branco do álamo e suas folhas, verdes de um lado e brancas do outro[1],
simbolizam a dualidade de Labão, astuto e manipulador. O padrão salpicado das
folhas lembra as ovelhas salpicadas que nasceram seguindo o plano de Jacó,
permitindo-lhe prosperar apesar das adversidades com Labão..
Segunda Árvore: Amendoeira (Luz)
A segunda árvore mencionada é a amendoeira, chamada de "luz" (לוז) em hebraico. A
amendoeira tem um significado especial, pois é a primeira a florescer após o
inverno[2],
simbolizando renovação e ressurreição. Na tradição rabínica, há uma crença em
um osso chamado "luz", que nunca se deteriora e será o ponto inicial
para a reconstrução do corpo na Era Messiânica, quando os mortos serão
ressuscitados. Esse conceito se conecta ao Salmo 34:20: "Ele protege todos
os seus ossos; nenhum deles será quebrado", referindo-se ao osso
"luz", que permanece intacto mesmo após a morte.
O osso "luz" simboliza a continuidade da vida, mesmo
após a morte física, sendo considerado o ponto a partir do qual Deus
reconstruirá o corpo na ressurreição. Assim, "luz" não apenas remete
à árvore, mas também ao conceito rabínico do "osso luz", que será o
ponto inicial para a ressurreição dos mortos.
O tronco da amendoeira possui estrias[3],
que podem ser associadas às ovelhas listradas, conhecidas como akudim (עקודים),
que têm marcas pretas nas pernas, criando um padrão semelhante. A palavra
akudim deriva do verbo hebraico "akad" (עקד), que significa
"amarrar", remetendo ao episódio em que Isaque foi amarrado por
Abraão para o sacrifício. As marcas em Isaque também simbolizam essas ovelhas
listradas. Jacó utilizou galhos de amendoeira, cujas listras lembravam as
ovelhas que ele queria produzir, reforçando a ligação entre o sacrifício de
Isaque e a promessa da aliança feita a Abraão e seus descendentes, que Jacó
carregava como herdeiro.
Terceira Árvore: Plátano (Ermon)
A terceira árvore
mencionada é o plátano, conhecido em hebraico como "ermon" (ערמון),
derivado do verbo "aram" (ערם), que significa "estar nu",
mas também pode ser traduzido como "astuto", "sutil" ou
"ardiloso". Esse termo reflete novamente a relação de Jacó com seu
sogro Labão, que se mostrou astuto e enganador em várias ocasiões.
O plátano possui uma
característica notável: sua casca se desprende, expondo partes do tronco, como
se a árvore estivesse despida[4].
Essa imagem simboliza a vulnerabilidade e exposição que Jacó sentiu ao lidar
com os enganos de Labão. Além disso, durante o inverno, o plátano perde todas
as suas folhas, ficando completamente nu, remetendo diretamente ao padrão das
ovelhas que nasceram como resultado do plano de Jacó.
O uso dos galhos de
plátano por Jacó reflete sua habilidade em lidar com a astúcia de Labão. Mesmo
diante da desonestidade de seu sogro, Jacó superou os desafios e saiu
vitorioso, assegurando o crescimento de seu rebanho e garantindo sua
prosperidade.
Significado dos Galhos e Rebanhos
O uso das três árvores
por Jacó para influenciar a aparência e o padrão dos rebanhos não se limita a
um ato físico; ele carrega profundos significados espirituais e simbólicos.
Cada uma dessas árvores reflete a jornada de Jacó enquanto lidava com as
manipulações e enganos de Labão, representando também sua superação e sua
aliança com Deus.
O álamo, com seu
padrão salpicado, simboliza a astúcia de Labão, mas também a vitória de Jacó
sobre seu sogro. Esse padrão reflete como, apesar das tentativas de
manipulação, Jacó conseguiu prosperar.
A amendoeira, com seu
padrão listrado, remete à promessa divina e à continuidade da aliança feita com
Abraão e Isaque, que Jacó carregava consigo. A amendoeira também simboliza
renovação e a fidelidade de Deus à Sua promessa de abençoar os descendentes de
Abraão.
O plátano, com sua
casca que se desnuda, reflete a vulnerabilidade e os desafios que Jacó
enfrentou ao lidar com a desonestidade de Labão. No entanto, essa árvore também
simboliza como, ao fim dessa provação, Jacó saiu fortalecido, assegurando a
prosperidade de seu rebanho e cumprindo seu propósito.
Os galhos utilizados por Jacó para influenciar os rebanhos
simbolizam a essência de sua jornada de vida. Assim como os ossos representam a
estrutura fundamental do ser humano, essas árvores refletem as provações e
promessas que moldaram Jacó. Ele enfrentou traições, dificuldades e desafios,
mas permaneceu firme, confiando nas promessas de Deus em cada etapa do caminho.
A palavra "telaim" (תלאים) refere-se aos cordeiros manchados ou malhados e deriva do verbo hebraico "tala" (תלה), que significa "cobrir com pedaços" ou "colorir", como se fossem pintados ou remendados. Isso traz à mente a imagem de uma obra de arte, semelhante a uma tapeçaria repleta de cores e formas diversas. No contexto de Gênesis 30:37-39, os rebanhos de Jacó, especialmente os nascidos manchados, malhados ou listrados, podem ser vistos como uma tapeçaria viva, representando fisicamente as experiências e a jornada de Jacó.
As Árvores e Cordeiros
As três árvores que
Jacó utilizou – Livnê (álamo), amendoeira e plátano – estão simbolicamente
ligadas aos tipos de cordeiros que nasceram em seu rebanho, cada uma refletindo
aspectos de sua jornada e os desafios enfrentados.
O Livnê (álamo) está
relacionado aos cordeiros nekudim (נקודים), que são salpicados ou com pontos. A
conexão com o sogro de Jacó, Labão, também é evidente aqui, pois o nome de
Labão significa "branco", assim como o tronco do álamo, que é branco,
com folhas de dois tons. Essa dualidade de cores reflete a astúcia de Labão e
os desafios que Jacó teve que superar.
A amendoeira (luz)
está associada aos cordeiros akudim (עקודים), que são listrados ou atados. A
amendoeira, por sua vez, está conectada a Betel, o local onde Jacó teve sua
visão divina e renomeou de Luz para Betel. O nascimento de cordeiros listrados
simboliza uma nova fase em sua vida e reflete as promessas de Deus, como uma
marca visível de Sua aliança com Jacó.
O plátano (ermon) está
ligado aos cordeiros telaim (תלאים), que são manchados ou malhados. O plátano,
com sua casca que se desfaz, simboliza a astúcia e sutileza de Labão,
características com as quais Jacó teve que lidar de maneira inteligente para
garantir seu sucesso. A conexão entre astúcia e a imagem de desnudez está
relacionada aos cordeiros de pelagem malhada, que apresentam um padrão
irregular, refletindo os desafios imprevisíveis da jornada de Jacó.
Conexões entre as Árvores e a Vida de Jacó
Cada uma dessas
árvores tem uma conexão profunda com a jornada de Jacó:
O Livnê (álamo) está
diretamente relacionado a Labão, o sogro de Jacó, com quem ele trabalhou por
muitos anos em meio a negociações e desafios constantes. A cor branca do álamo
remete ao nome de Labão, simbolizando a complexidade dessa relação marcada por
astúcia e superação.
A amendoeira (luz)
está ligada a Betel, o local onde Jacó experimentou a presença de Deus e
recebeu Suas promessas. Foi em Betel que Jacó renomeou o lugar, selando sua
aliança com Deus. Como a amendoeira é a primeira árvore a florescer, ela
simboliza a renovação espiritual que Jacó vivenciou após esse encontro divino.
O plátano (ermon), com
sua casca que se desnuda, representa a astúcia e a vulnerabilidade que Jacó
precisou mostrar ao lidar com as manobras de Labão. Assim como o plátano revela
sua verdadeira essência ao perder a casca, Jacó teve que revelar sua sabedoria
para enfrentar as dificuldades e sair vitorioso.
A Influência Científica: Varas e Ossos
Jacó utilizou varas de
três árvores para influenciar o nascimento dos cordeiros. Essas varas foram
descascadas, revelando a parte interna branca dos galhos, que pode ser
comparada à medula dos ossos nos seres humanos. A medula óssea, responsável
pela produção de células sanguíneas, como glóbulos vermelhos e brancos, é vital
para o corpo[5].
De forma semelhante, a parte interna dos galhos simbolizava a essência da
estratégia de Jacó, trazendo à tona o que era fundamental para garantir o
sucesso na reprodução de seu rebanho.
Essas varas eram
colocadas nas áreas onde os animais bebiam e procriavam, levando a uma
interessante reflexão: Jacó estava influenciando simbolicamente a essência dos
animais. Ao descascar as varas e expor sua parte branca, ele parecia manipular
o interior dos rebanhos, como se estivesse afetando a natureza interna dos
animais, alterando a forma como eles se reproduziam.
Além do simbolismo
espiritual, é importante considerar que, cientificamente, o comportamento de
Jacó pode estar relacionado a práticas rudimentares de seleção genética. Ao
influenciar visualmente os animais durante o acasalamento e escolhendo
cuidadosamente quais machos e fêmeas cruzariam, ele promovia características
específicas a serem transmitidas às gerações futuras.
O uso das varas
descascadas como um catalisador simbólico nas águas onde os animais bebiam
reforça essa ideia. Assim como os ossos representam a essência ou interior do
ser humano, ao expor a parte branca dos galhos, Jacó simbolicamente trabalhava
com a essência genética dos rebanhos, moldando suas futuras características.
Além disso, essas três
árvores têm suas próprias propriedades fitoterápicas. O álamo é conhecido por
suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas, utilizado no tratamento de
dores articulares e reumatismo[6].
A amendoeira, rica em antioxidantes, oferece benefícios para a pele e saúde
cardiovascular[7]. O plátano, por sua vez, possui
propriedades antissépticas e cicatrizantes, sendo usado no tratamento de
feridas e infecções[8].
Esses usos fitoterápicos acrescentam uma camada de significado, simbolizando
cura e renovação, elementos presentes também na jornada espiritual de Jacó.
A Sabedoria Divina e a Ciência
Ao analisar essa
passagem sob as perspectivas espirituais e científicas, percebemos que Adonai,
o maior cientista de todos, usou Sua sabedoria divina para guiar as ações e
decisões de Jacó. O ato de descascar as varas e colocá-las nas águas é um
símbolo poderoso de como a essência das coisas pode ser moldada, tanto no plano
espiritual quanto no físico. Assim, Jacó não estava apenas lidando com a
astúcia de Labão, mas, sob a orientação de Deus, influenciava a essência dos
animais, garantindo o cumprimento das promessas divinas em sua vida.
Esses eventos revelam
a soberania e o cuidado de Deus em cada detalhe, mostrando como até mesmo a
ciência da criação reflete Sua profunda sabedoria. Em tudo, vemos que a
inteligência de Deus permeia cada ação, conduzindo Seu povo e manifestando Sua
fidelidade de maneira extraordinária.
A Análise Científica: Varas e Ossos
Jacó usou varas descascadas dessas árvores para influenciar o
padrão de pelagem dos rebanhos, e esse processo pode ser entendido à luz da
epigenética. Ao descascar as varas, ele expôs a parte interna branca dos
galhos, que simbolicamente representa a essência dos ossos. No hebraico, a
palavra "etsem" (עצם) significa tanto "osso" quanto
"essência". Assim, ao expor a parte interna das varas, Jacó estava,
de forma simbólica e espiritual, trabalhando com a essência dos animais.
As varas eram colocadas perto da água onde os animais bebiam e
procriavam, sugerindo que a essência dessas árvores influenciava o ambiente dos
animais durante a reprodução. Na epigenética, fatores ambientais, como
alimentação e o ambiente em que os seres vivos estão, podem afetar a expressão
de genes nas gerações seguintes[9].
Nesse contexto, a exposição das varas ao ambiente onde os animais se
reproduziam poderia simbolizar a influência externa que estava moldando os
padrões genéticos dos rebanhos.
O ato de Jacó não foi apenas físico, mas espiritual e simbólico,
representando a maneira como ele estava moldando o futuro de seus rebanhos. A
manipulação das varas funcionava como um catalisador epigenético, influenciando
não diretamente o DNA dos animais, mas a expressão dos genes, transmitindo
características específicas para a geração seguinte. Isso reforça a ideia de
que Jacó, guiado pela sabedoria divina, estava moldando as gerações futuras por
meio de uma influência cuidadosa sobre o ambiente reprodutivo dos rebanhos.
Assim como os ossos
carregam a essência da vida e são fonte de regeneração no corpo, as varas
descascadas simbolizavam essa mesma essência espiritual. Elas foram usadas para
moldar as características dos animais, conforme o plano de Deus para Jacó. As
águas, impregnadas com a "essência" dessas varas, serviram como meio
de transmissão dessa influência espiritual e física para os animais, resultando
em rebanhos que refletiam a intenção divina.
O uso das varas, e a
conexão simbólica com os ossos e a essência, revela a sabedoria divina em ação.
Jacó estava moldando a essência dos animais por meio de meios que iam além da
ciência humana comum, utilizando as propriedades espirituais das árvores para
garantir que as promessas de Deus se cumprissem em sua vida. Isso nos mostra
que a criação de Deus opera em níveis profundos, onde o físico e o espiritual
estão entrelaçados, e onde a essência de todas as coisas pode ser moldada por
aqueles que seguem a sabedoria divina.
Genética e Epigenética no Rebanho
de Jacó
A genética estuda como
as características são transmitidas de uma geração para outra por meio dos
genes. Os genes contêm informações codificadas no DNA que determinam traços
físicos, como a cor dos olhos, o formato do nariz e o tipo sanguíneo. Essas
informações são herdadas dos pais e avós, formando o patrimônio genético de uma
pessoa ou animal[10].
Por outro lado, a
epigenética examina como fatores externos – como o ambiente, o estilo de vida e
o comportamento – podem influenciar a expressão dos genes sem alterar a
sequência do DNA. A epigenética analisa como certos genes podem ser ativados ou
desativados em resposta a esses fatores[11].
Mesmo que dois irmãos compartilhem o mesmo DNA, suas respostas fisiológicas
podem variar com base no ambiente, nas experiências de vida e até na
alimentação[12].
Um aspecto central da
epigenética é que, embora não altere o DNA em si, ela influencia como o corpo
utiliza essa informação genética. O estilo de vida de uma pessoa pode afetar a
expressão de certos genes, impactando a saúde de maneira positiva ou negativa.
Como Genética e Epigenética Atuam no Rebanho de Jacó?
No contexto de Gênesis
30:37-39, Jacó usou varas descascadas de álamo, amendoeira e plátano para
influenciar a aparência e fertilidade de seus rebanhos. Esse ato pode ser
entendido tanto sob a perspectiva da genética quanto da epigenética. Jacó,
possivelmente sem saber, pode ter manipulado fatores ambientais que
influenciaram a expressão dos genes dos animais, moldando suas características
sem alterar diretamente sua estrutura genética, mas utilizando o ambiente para
favorecer certos resultados.
A genética no rebanho de Jacó está relacionada à herança de
características visíveis, como a cor da pelagem. Cada animal carrega genes que
determinam se sua pelagem será sólida ou manchada. Esses genes são herdados dos
pais e podem ser transmitidos para as próximas gerações. Em alguns casos, mesmo
que um animal tenha genes para uma pelagem de cor sólida, ele pode carregar
genes recessivos para pelagens manchadas, que podem se manifestar em seus
descendentes[13].
Ao beber das águas que continham as essências dessas varas, o
rebanho poderia ter sido epigeneticamente influenciado, resultando em crias
mais saudáveis e numerosas. Isso demonstra como fatores ambientais – como a
alimentação e a exposição a certas substâncias – podem influenciar a saúde e a
expressão dos genes nos animais, mesmo que a sequência do DNA permaneça a
mesma.
Estratégia de Jacó e a Influência Epigenética
Em Gênesis 30:41-42, vemos Jacó utilizando uma técnica peculiar:
ele colocava varas descascadas na frente dos animais mais fortes durante a
reprodução. Isso pode ser interpretado como uma estratégia para garantir que os
animais mais saudáveis e robustos gerassem crias igualmente fortes,
influenciando a qualidade genética da linhagem. No entanto, ao observarmos esse
ato sob a ótica da epigenética, percebemos que ele não só visava a genética
tradicional, mas também a expressão dos genes.
Os animais no rebanho de Jacó poderiam ter herdado genes que
determinavam uma pelagem sólida ou manchada. No entanto, a epigenética – que
estuda como fatores ambientais influenciam a ativação ou desativação dos genes
– sugere que a manifestação desses genes poderia ser alterada por estímulos
externos, como as varas descascadas. Mesmo que o gene para uma pelagem sólida
estivesse presente, fatores epigenéticos poderiam ter influenciado a expressão
desse gene, resultando no nascimento de crias com pelagem manchada, listrada ou
pintada. Assim, as varas descascadas podem ter funcionado como um estímulo
epigenético, modulando a expressão dos genes relacionados à pelagem dos
animais.
Os Benefícios
Potenciais da Metodologia de Jacó
A metodologia utilizada por Jacó, possivelmente inspirada por
Deus ou baseada em algum conhecimento ancestral de fitoterapia, parece ter
oferecido benefícios reais para o rebanho. Além de garantir uma reprodução mais
fértil, o uso de varas de árvores específicas pode ter contribuído para a saúde
geral dos animais. Há evidências que sugerem que substâncias presentes nas
árvores, como o álamo, a amendoeira e o plátano, têm propriedades medicinais.
Essas substâncias poderiam ter fortalecido os animais, prevenido doenças e
melhorado sua capacidade de reprodução.
Portanto, a influência das varas nas águas onde os animais
bebiam pode não ter sido apenas um ato simbólico ou espiritual, mas também pode
ter tido uma base científica. Estudos modernos sugerem que certos compostos
presentes nessas árvores têm propriedades que promovem a saúde e aumentam a
taxa reprodutiva. A estratégia de Jacó, então, ofereceu uma vantagem tanto
genética quanto epigenética, resultando em animais mais saudáveis e com padrões
de pelagem diversificados.
Genética e Epigenética no Rebanho de Jacó
O sucesso da estratégia de Jacó pode ser explicado pela
interação entre genética e epigenética. Geneticamente, os animais herdaram
características visíveis, como a cor da pelagem, por meio da combinação dos
genes dos pais. No entanto, a epigenética entra em cena ao considerar os
fatores ambientais, como a exposição às essências das varas nas águas, que
influenciaram a expressão desses genes. Esse processo epigenético pode ter sido
responsável pela variedade nas pelagens dos animais, ao ativar ou desativar certos
genes que já estavam presentes.
Além disso, o ambiente cuidadosamente controlado por Jacó,
aliado ao uso de substâncias naturais, pode ter melhorado a saúde e fertilidade
dos animais. O rebanho, portanto, se beneficiou tanto de uma herança genética
favorável quanto de fatores epigenéticos que melhoraram a qualidade e o número
de crias. Essa combinação de ciência divina e compreensão da natureza mostra
que a estratégia de Jacó não foi apenas intuitiva, mas profundamente eficaz,
proporcionando resultados notáveis em sua criação de rebanhos
A Metodologia de Jacó e a Providência Divina
A questão de saber
se a metodologia de Jacó funcionaria sem a intervenção divina é intrigante. O
uso das varas descascadas, juntamente com seu conhecimento sobre a criação de
rebanhos, pode sugerir uma compreensão rudimentar de fitoterapia, epigenética e
genética. No entanto, a multiplicação extraordinária de animais com os padrões
de pelagem desejados por Jacó parece transcender o conhecimento natural
disponível na época.
A Bíblia deixa
claro que a intervenção direta de Deus foi essencial para o sucesso da
estratégia de Jacó. Embora as varas de álamo, amendoeira e plátano pudessem ter
propriedades fitoterápicas que influenciavam a saúde e fertilidade dos animais,
os resultados impressionantes – com crias nascendo exatamente conforme os
padrões que Jacó desejava – indicam que Adonai estava conduzindo todo o
processo.
Deus, em Sua
providência, pode ter permitido que Jacó usasse meios naturais – ou seja, seu
conhecimento limitado sobre plantas e o comportamento animal – como parte do
plano divino. No entanto, a rapidez e a magnitude do sucesso de Jacó, com
rebanhos saudáveis e numerosos, apontam claramente para a mão de Deus guiando
tudo. Jacó, como servo de Deus, estava sob Sua proteção, e o Senhor usou o
conhecimento e os esforços de Jacó para garantir o cumprimento das promessas
divinas feitas a ele.
Essa combinação de
intervenção divina e o uso de meios naturais demonstra como Deus frequentemente
age através das circunstâncias e habilidades humanas para manifestar Sua
vontade. No caso de Jacó, Deus não apenas abençoou seu trabalho, mas também
mostrou que, quando confiamos n'Ele, o sucesso transcende os limites do
conhecimento e das habilidades humanas.
Curiosamente, estudos botânicos e farmacológicos modernos
mostram que as árvores que Jacó utilizou – álamo, amendoeira e plátano –
possuem propriedades medicinais. Essas plantas são conhecidas por seus efeitos
positivos na saúde reprodutiva, na imunidade e no sistema digestivo dos
animais, o que poderia realmente ter contribuído para a melhoria da saúde geral
do rebanho e aumentado as chances de reprodução.
No entanto, é importante destacar que, embora essas árvores
tenham benefícios conhecidos, a forma milagrosa como os padrões de pelagem
surgiram – exatamente como Jacó desejou – vai além do que as plantas, por si
só, poderiam explicar. Isso reforça que, embora Deus tenha utilizado meios
naturais, o verdadeiro poder por trás da multiplicação dos rebanhos estava em
Suas mãos. A intervenção divina foi o fator determinante para o sucesso de
Jacó.
Jacó Sabia o que Estava Fazendo?
É incerto se Jacó entendia completamente o que estava
fazendo ou se ele estava simplesmente seguindo uma prática tradicional ou uma
inspiração divina. A Bíblia não nos dá detalhes sobre o nível de conhecimento
científico de Jacó, mas uma coisa é clara: apenas com a permissão e intervenção
de Deus os rebanhos poderiam ter produzido crias com os padrões desejados, como
vemos em Gênesis 31:10-12, onde Deus revela a Jacó em sonho como os machos
estavam acasalando e gerando crias manchadas.
A Exposição da Essência (Etsem)
Quando Jacó descascou as varas
(em hebraico *patsal*), ele expôs o branco interior dos galhos, a essência
(*etsem*) dessas árvores. Assim como os ossos representam a essência do ser
humano, os galhos descascados simbolizavam a essência física e espiritual das
árvores.
Essa ação representava a influência da essência das plantas
sobre os animais que bebiam a água. Ao descascar e expor a parte interna dos
galhos, Jacó estava simbolicamente liberando a força vital dessas árvores, utilizando
esse poder para influenciar o ciclo reprodutivo dos animais.
Geneticistas afirmam que a nutrição pré-natal pode afetar o
gene *agouti*, responsável por regular a cor do pelo em ovelhas e camundongos[14].
Curiosamente, os fungos presentes na casca de árvores como o álamo e a
amendoeira poderiam produzir produtos químicos que fornecem os aminoácidos
exatos para criar alterações na cor do pelo, sem alterar diretamente o DNA dos
animais.
Providência Divina Guiada pelos Meios Naturais
A história de Jacó revela a
impressionante interação entre os meios naturais e a intervenção divina. Embora
as árvores que Jacó usou possuíssem propriedades medicinais que poderiam ter
influenciado positivamente a reprodução do rebanho, foi Deus quem direcionou
todo o processo para que os resultados fossem extraordinários.
Jacó pode não ter compreendido totalmente o impacto de suas
ações, mas Deus estava no controle, utilizando meios simples para cumprir Seus
propósitos. O uso das varas descascadas, expondo a essência das árvores, e o
fato de os animais acasalarem enquanto bebiam das águas ilustram como Deus pode
transformar ações aparentemente comuns em instrumentos poderosos para realizar
Suas promessas.
[1] ROGERS, David L.; MCLELLAN,
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the National Academy of Sciences (PNAS), v. 104, n. 13, p. 5441-5446, 2007.
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