O Chamado do Sacerdócio
Êxodo 28:1 (ARA)
“Faze também vir para junto de ti Arão, teu irmão, e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me oficiarem como sacerdotes, a saber: Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.”
1. Contexto do Texto
No Sinai, Deus fala diretamente a Moisés.
Os capítulos de Êxodo 25 a 31 formam uma seção de instruções minuciosas sobre o tabernáculo, o culto e a consagração sacerdotal. O capítulo 28 trata especialmente das vestes sagradas e da instituição do sacerdócio.
➡️ Aqui vemos algo crucial: o culto a Deus não nasce da imaginação humana, mas da revelação divina. Deus mostra como quer ser adorado.
2. O Chamado de Arão
Arão, irmão de Moisés, é chamado para ser o primeiro sumo sacerdote.
Esse chamado não se baseia em seu caráter irrepreensível (pois Arão mostrou fraqueza, como no episódio do bezerro de ouro em Êxodo 32), mas unicamente na graça e eleição soberana de Deus.
Esse princípio nos ensina que:
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O serviço a Deus é resultado de vocação divina, não mérito humano.
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Deus pode usar pessoas falhas para cumprir Seus planos, desde que estejam sob Sua graça.
➡️ O sacerdócio arônico inaugura uma linhagem que perduraria até Cristo, apontando para o sacerdócio perfeito e eterno.
3. Os Filhos de Arão
A nomeação se estende aos filhos de Arão: Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
Eles seriam auxiliares no ministério sacerdotal.
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Nadabe e Abiú: tragicamente pereceram ao oferecer fogo estranho diante do Senhor (Lv 10:1–2). Sua morte mostra que servir a Deus exige obediência e santidade, não criatividade humana.
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Eleazar e Itamar: continuaram a linhagem sacerdotal. Eleazar sucedeu Arão como sumo sacerdote (Nm 20:25–28).
➡️ Esse detalhe mostra que, mesmo quando alguns falham, Deus preserva Sua obra e garante a continuidade do Seu propósito.
4. A Função do Sacerdócio
O texto diz: “para me oficiarem como sacerdotes”.
Esse ofício implicava:
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Oferecer sacrifícios.
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Ensinar a lei ao povo (Lv 10:11; Ml 2:7).
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Interceder como mediadores entre Deus e Israel.
Eles representavam o povo diante de Deus e Deus diante do povo.
Assim, eram um elo de reconciliação temporário — prenúncio de Cristo, o Sumo Sacerdote eterno (Hb 4:14–16; Hb 7:24–25).
5. Aplicações Espirituais
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O sacerdócio mostra que o serviço a Deus é instituído pelo próprio Deus. Não se trata de ambição pessoal.
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A santidade de Deus exige obediência exata às Suas instruções.
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Cristo é o cumprimento definitivo: Ele é o sacerdote perfeito, que não precisa oferecer sacrifícios contínuos porque deu a si mesmo uma vez por todas (Hb 9:11–12).
➡️ Para nós, no Novo Testamento, todos os crentes são chamados a um sacerdócio espiritual (1Pe 2:9). Isso significa que:
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Somos separados para oferecer sacrifícios espirituais (adoração, consagração, serviço).
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Representamos Cristo neste mundo.
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Temos acesso direto a Deus, porque o véu foi rasgado em Cristo.
Resumo:
Êxodo 28:1 marca o início do sacerdócio oficial em Israel. Deus separa Arão e seus filhos para o ministério sacerdotal, mostrando que o serviço sagrado não é humano, mas fruto da eleição divina.
A escolha revela a necessidade de santidade, obediência e mediação. Essa instituição, porém, era apenas uma sombra do sacerdócio perfeito de Cristo, que é hoje o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5).
Reflexão prática: Assim como Arão não escolheu a si mesmo, também nós não escolhemos a Deus primeiro — foi Ele quem nos chamou. A vida cristã é um chamado à santidade, ao serviço e à fidelidade no altar da nossa entrega.
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