Entre flores de lavanda e café em grãos: Confissões e Graça
Na última reunião do nosso ministério das Esposas de Fé, éramos oito mulheres reunidas em torno de flores de lavanda e o aroma acolhedor de café em grãos puros. O espaço era simples, mas carregado de presença, cuidado e expectativa silenciosa de Deus. Cada detalhe — a cor suave das flores de lavanda, o suave saber do café em grãos, bolos, biscoitos e o murmúrio das conversas — uma preparação para algo mais profundo.
Enquanto nos servíamos, precisei enfrentar minha própria vulnerabilidade: para poder me alimentar, tive que tirar a placa odontológica que uso para em virtude da falta de um meu dente central da boca. Um gesto simples, mas que revelou minha necessidade de verdade, para poder saborear aos quitutes da mesa posta. Esse era um detalhe tão pequeno, perto de tudo o que o Senhor queria descobrir....
O encontro se transformou em um espaço de sinceridade profunda. Uma mulher compartilhou seu sentimento de inadequação ao aconselhar outras mulheres, porque não se sentia digna ou suficientemente preparada. Outra abriu seu coração sobre a ruptura de décadas com um ministério, causada por momentos de fragilidade e desencanto. Houve quem relatasse como o trabalho e a rotina haviam roubado preciosos momentos com a família, deixando um vazio que ninguém mais poderia preencher.
Enquanto ouvi cada história, percebi que ali não havia mulheres empoderadas segundo padrões humanos de força ou sucesso. Havia filhas de um Pai de amor, reconhecendo sua fragilidade, mas confiando na graça de Deus para restaurar, ensinar e sustentar. Rimos, choramos, nos abraçamos. Cada gesto, cada palavra, parecia abrir uma pequena porta para o coração de Deus.
Foi ministrado sobre as parábolas da ovelha perdida, da dracma perdida e do filho pródigo (Lucas 15). Cada narrativa refletia nossas próprias jornadas: momentos em que nos sentimos perdidas, esquecidas ou afastadas, mas profundamente valorizadas pelo Pai. Entendi que não precisamos ser perfeitas para ministrar, nem esconder nossas feridas ou falhas. Precisamos ser verdadeiras — com nós mesmas, com Deus e com aquelas a quem servimos.
Saí daquela reunião com o coração leve, inspirada e tocada. Entre flores de lavanda e grãos de café, entre confidências e lágrimas, compreendi que a força do nosso ministério está na vulnerabilidade compartilhada, na sinceridade e na certeza de que somos amadas exatamente como somos.
O verdadeiro empoderamento, percebi, não vem de habilidades humanas ou títulos, mas do reconhecimento de que somos filhas queridas de um Pai amoroso, capazes de ministrar através da nossa autenticidade e da graça que nos sustenta.
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