O Mel da Promessa Cumprida em Cristo - Ano 5786
Hoje é 22 de setembro de 2025, um dia que carrega tanto o peso do calendário civil quanto o perfume do calendário bíblico. No calendário gregoriano, marca a transição entre as estações — o equinócio de primavera no hemisfério sul e o equinócio de outono no hemisfério norte.
Já no calendário judaico, estamos no 29º dia do mês de Elul, ano 5785, às vésperas de um tempo sagrado. Ao pôr do sol de amanhã, dia 23 de setembro de 2025, inicia-se Rosh HaShanah (1º de Tishrei, 5786), o Ano Novo judaico. É o começo de um ciclo de dez dias de arrependimento, que culminam em Yom Kippur (Dia da Expiação), no 2 de outubro de 2025.
Assim, este 22 de setembro é um marco: o último dia do ano judaico 5785, um tempo de preparar o coração para entrar no novo ano — 5786 — em santidade, reflexão e esperança.
O Rosh HaShanah, o Ano Novo Judaico é um tempo sagrado de reflexão, renovação e oração no calendário bíblico. Este período nos convida a olhar para trás com gratidão, a reconhecer nossas falhas com arrependimento sincero e a olhar para frente com esperança.
Uma das tradições mais queridas desta festa é mergulhar a maçã no mel, um gesto simples, mas carregado de profundidade espiritual. Ao fazê-lo, declaramos nosso desejo e nossa fé de que o novo ano seja doce. Porém, nas Escrituras, o mel é muito mais que um costume festivo: ele é um sinal profético da bênção de Deus. O mel carrega em si o sabor da esperança, o gosto de uma promessa à espera de se cumprir.
Sempre que a Bíblia fala sobre mel, ela aponta para uma vida transbordante da bondade do Senhor:
“E Eu vos farei subir da aflição do Egito para uma terra boa e larga, terra que mana leite e mel.” — Êxodo 3:8
No hebraico, a palavra דבש (dvash) — mel — está impregnada de sentido de aliança e redenção. Ela remete à promessa divina de conduzir Seu povo da escravidão para a liberdade, da esterilidade para a abundância, do deserto árido para a terra fértil. O dvash é símbolo de transformação: do amargo para o doce, da errância para o pertencimento.
Ouvir a palavra dvash em hebraico é ouvir ecos de libertação, fé e esperança futura. É como se cada gota de mel contivesse a lembrança de que Deus transforma a dor em promessa, e a promessa em cumprimento.
As Escrituras reforçam essa verdade repetidas vezes:
“Os preceitos do Senhor são mais desejáveis do que o ouro, mais doces do que o mel” — Salmo 19:10.
O profeta Ezequiel descreve a Palavra de Deus como algo que em sua boca era “doce como mel” — Ezequiel 3:3.
Portanto, o mel não é apenas sabor: ele é revelação. Ele não apenas adoça a língua, mas desperta os sentidos espirituais para o poder da Palavra de Deus. No hebraico bíblico, o mel abre sua dimensão mais profunda: é promessa, é aliança, é presença divina.
O contraste com o amargo
Assim como o povo de Israel provou a água amarga de Mara que foi transformada em doce pelo toque da madeira (Êxodo 15:23–25), também o mel simboliza a obra de Deus que muda nossa realidade. Onde havia dor, Ele traz consolo; onde havia exílio, Ele traz lar; onde havia escravidão, Ele traz liberdade.
O mel da revelação A tradição judaica associa o mel ao estudo da Torá. Por isso, muitas crianças, em seu primeiro contato com as letras hebraicas, recebem uma gota de mel na tábua, para provar que aprender a Palavra é doce. O mel é, portanto, a primeira experiência do sagrado que a criança leva ao coração e à memória.
O mel como promessa messiânica Quando João Batista, no deserto, se alimentava de mel silvestre (Mateus 3:4), havia ali um sinal profético: o precursor do Messias sustentava-se de algo que representava tanto a aliança antiga quanto a esperança do cumprimento em Jesus.
Reflexão para o ano 5786
Entrar no novo ano é mais do que celebrar um ciclo: é renovar nossa confiança no Deus que transforma amargo em doce, lágrimas em alegria, escravidão em liberdade. Ao provar o mel neste Rosh HaShanah, que cada um de nós se lembre de que o Senhor é a verdadeira doçura da vida, e que Sua Palavra é mais preciosa do que qualquer riqueza.
Shanah Tovah uMetukah! Um ano bom e doce em Yeshua, nosso Messias.
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