Quando o Natal se Torna Idolatria: Um Chamado à Liderança Cristã
O Natal é uma das épocas mais esperadas do calendário cristão. No entanto, também é uma das mais distorcidas. Para muitos líderes, dezembro virou o mês da performance: corais afinados, cenários impecáveis, peças teatrais elaboradas e sermões carregados de emoção. Mas precisamos fazer uma pergunta incômoda: temos pregado Cristo ou apenas produzido sentimentos passageiros?
A encarnação do Filho de Deus não foi um espetáculo para entreter. Foi a intervenção mais radical da história: o Deus santo entrando em carne humana, sujeitando-se à miséria da humanidade, para salvar pecadores. Reduzir isso a lágrimas superficiais, a frases motivacionais ou a climas natalinos é trair o Evangelho.
O perigo da plateia
Lucas relata que o anúncio do nascimento de Jesus foi feito a pastores anônimos nos campos (Lc 2:11). Não havia plateia, apenas homens simples. O céu não se moveu para emocionar, mas para anunciar: nasceu o Salvador. Pergunto: quando você, líder, prepara sua mensagem natalina, pensa mais em agradar a plateia ou em confrontar o coração com a verdade? A tentação é real. Sermões comoventes rendem aplausos imediatos, mas quantos deles produzem frutos de arrependimento?
Manjedoura ou marketing?
Hoje, igrejas investem fortunas em espetáculos natalinos. A manjedoura de Belém era humilde, mas o Natal de muitos púlpitos virou vitrine de marketing. Músicas, coreografias, cenários, tudo para encantar o público. Mas quantos minutos são gastos preparando corações para a Palavra? Uma apresentação pode comover, mas só a verdade transforma. O contraste é claro: os magos se prostraram, Herodes se perturbou, mas a maioria permaneceu indiferente. A pergunta é: sua igreja está formando adoradores ou espectadores?
Pregando Cristo ou colecionando aplausos?
Paulo disse: “Nós pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1:23). Ele não enfeitou a mensagem, não buscou aplausos. Sua prioridade era expor o Cristo que confronta, não o que massageia o ego. Hoje, quantos líderes suavizam a mensagem do Natal, preferindo falar de “esperança”, “família” e “união”, mas escondendo a verdade: Jesus nasceu para morrer, destruir as obras do diabo e chamar pecadores ao arrependimento? Se a sua mensagem não incomoda, provavelmente não é o Cristo da Bíblia que você está pregando.
Quando o Natal se torna idolatria
Isaías declara: “A minha glória não darei a outrem” (Is 42:8). No entanto, em muitos cultos natalinos, a glória é dividida com performances humanas. A atenção se volta para quem canta melhor, para o coral mais afinado ou para o pregador mais eloquente. Se o culto gira em torno da nossa performance, e não da encarnação do Filho de Deus, isso é idolatria. Natal não é sobre nós, mas sobre Ele.
Pregue o Salvador, não um sentimento
O Verbo se fez carne (Jo 1:14). Não se fez emoção, nem espetáculo. Carne. Entrou na sujeira da humanidade para salvar. Natal não é atmosfera de dezembro, é a invasão do Santo no mundo imundo. Se a sua mensagem de Natal não leva ao arrependimento, você não pregou Cristo. Pregue o Salvador, não um sentimento.
Conclusão
O Natal é o momento mais oportuno para pregar a encarnação de Cristo com coragem e clareza. Mas a liderança cristã precisa se perguntar: estamos pregando a Cristo ou apenas oferecendo um show religioso? Estamos formando discípulos ou apenas colecionando aplausos?
Líder, sua missão não é emocionar. Sua missão é confrontar, expor a verdade, chamar ao arrependimento e apontar para o Cristo encarnado. O Natal não é sobre plateia, marketing ou emoção. O Natal é sobre Cristo. Qual mensagem você vai pregar?
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