A IGREJA DO DERRAMAMENTO DE JOEL
O derramamento do Espírito sempre foi promessa gloriosa, mas nunca automática. Ao longo da história bíblica, Deus visitou de forma intensa aqueles que se colocaram diante d’Ele com seriedade, humildade e quebrantamento. Não foi diferente nos dias de Joel, e não será diferente hoje.
Uma igreja que deseja viver a plenitude do Espírito precisa trilhar o caminho antigo, aquele que Deus sempre honrou. Joel nos mostra esse percurso com clareza e profundidade.
1. Rasgar o coração (v. 12)
O primeiro passo não é externo, é interno. Deus nunca se impressionou com gestos ensaiados; Ele olha para o coração.
Rasgar o coração significa abrir-se diante de Deus com verdade — deixar cair as defesas, confessar pecados sem justificativas, admitir fraquezas e remover o que se acumulou dentro da alma.
É escolher a sinceridade em vez da aparência; é permitir que Deus veja a dor, a culpa e até a frieza acumulada.
Quando o coração é rasgado, o Espírito encontra um espaço onde Ele pode soprar novamente.
2. Converter-se sinceramente (v. 13)
Joel chama o povo a voltar-se ao Senhor com sinceridade, não apenas com palavras.
Converter-se é retomar o caminho que se perdeu, reencontrar a vereda antiga, o trilho que Deus sempre abençoou.
Essa volta envolve decisão, renúncia e obediência — não pela força humana, mas pelo desejo de honrar o Deus que nunca desistiu de nós.
Onde há conversão verdadeira, há restauração, e onde há restauração, o derramamento do Espírito tem terreno fértil.
3. Convocar arrependimento (v. 15)
O chamado de Joel não era individual apenas; era comunitário.
O arrependimento precisava ser convocado, reunido, levado a sério por todo o povo.
A igreja do derramamento entende que a vida espiritual não é vivida de forma isolada — somos corpo, somos povo, somos assembleia.
Quando a comunidade se reúne para buscar o Senhor com humildade, Deus responde.
O toque da trombeta do arrependimento ainda ecoa, convidando famílias inteiras a se colocarem diante do Santo.
4. Chorar entre o alpendre e o altar (v. 17)
Aqui está o clímax do chamado: lágrimas no lugar santo.
Chorar entre o alpendre e o altar é interceder com peso espiritual, sentir a responsabilidade pelo povo e clamar por misericórdia.
É a postura dos sacerdotes no passado — homens que carregavam dor e esperança diante de Deus — e que a igreja de hoje precisa recuperar.
Não é teatralidade, é quebrantamento. Não é emoção vazia, é intercessão profunda.
Quando há lágrimas diante do altar, o céu se move.
A Bíblia mostra que Deus nunca ignorou lágrimas sinceras derramadas em Sua presença.
Conclusão: O Caminho Antigo Ainda É o Caminho Eficaz
O derramamento não vem sobre indiferença.
Vem sobre rasgo de coração.
Vem sobre conversão real.
Vem sobre arrependimento convocado.
Vem sobre lágrimas derramadas diante de Deus.
A igreja que deseja o Espírito deve desejar também o processo — o caminho santo pelo qual Deus molda, purifica e então enche.
Se a igreja retorna ao Senhor nesses termos, a promessa de Joel deixa de ser distante e torna-se viva, atual, palpável. Porque o Deus que derramou no passado continua pronto a derramar hoje sobre um povo que O busca com profundidade.

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