NOVA JERUSALÉM

Costumamos pensar  na Nova Jerusalém como "céu", um lugar feliz para onde vamos quando morrermos. Mas esta Nova Jerusalém é apenas a culminação de um tema que vai desde o início até o fim da Escritura: a construção da Cidade de Deus.

Dois gestos da criação de Deus enquadram os livros da Bíblia: Gênesis inicia descrevendo como Deus criou os céus e a terra, e Apocalipse conclui antecipando a criação de um novo céu e uma nova terra. Deus começa com dois seres humanos supervisionando um jardim exuberante e conclui com multidões de pessoas em uma cidade dourada. Resplandecente em glória, a nova Jerusalém completa o que Deus começou quando criou a terra. Do começo ao fim, a Escritura revela um "Projeto da Cidade Santa", revelando o interesse especial de Deus em eventualmente construir uma cidade santa sobre a terra, onde ele e a humanidade viverão em íntima harmonia.

A desobediência de Adão e Eva no Jardim do Éden jtransforma a vida em caos, permitindo que a autoridade divina reinante sobre a terra seja usurpada por Satanás e eles mesmos se tornem sujeitos ao inimigo de Deus.

Ao invés de construir a cidade santa de Deus como Deus queria originalmente, a humanidade rebelde constrói uma cidade alternativa, tradicionalmente conhecida como Babel (o nome hebraico para a Babilônia). A cidade lança uma longa sombra sobre toda a Bíblia. Babel / Babilônia é a cidade ateu arquetípica. Ele não apenas tipifica as maravilhas que os seres humanos podem realizar como seres criados por Deus, mas também a arrogância daqueles que se desviam de Deus e a vaidade de cada empreendimento social que procura exaltar a criatura sobre o criador. De Gênesis a Apocalipse, Babel / Babilônia se apresenta proeminentemente como o símbolo da tentativa da humanidade de governar-se em desafio de Deus.

Em contraste, fica a cidade de Jerusalém - também conhecida como Sião - depois que o rei Davi a capturou. Quando a arca da aliança é trazida para Jerusalém, ela se torna a capital do reino de Deus na terra.

O rei Salomão aumentou o status de Jerusalém, construindo um magnífico templo ali. Jerusalém é a cidade santa interina onde Deus vive com seu povo até que, séculos mais tarde, ele abandona a cidade porque seus habitantes imorais a contaminaram.

Jerusalém antiga como uma cidade santa apenas antecipou algo maior a vir. Como Isaías revela, a Jerusalém moralmente corrupta dos tempos do Antigo Testamento será no futuro substituída por uma Jerusalém radicalmente transformada, para a qual as nações virão em paz.

O autor do livro de Hebreus liga os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) com a construção de Deus de uma cidade única para vir. E a experiência futura de todos os cristãos envolve esta cidade (Hebreus 11: 39-40; 12:22; 13:14). Esta cidade é a meta para a qual tudo na criação está se movendo; Ele traz à conclusão o que Deus começou no Gênesis.

O plano de Deus para construir sua cidade na Terra pareceu receber um grande revés quando a cidade do Antigo Testamento de Jerusalém foi destruída pelos babilônios em 586 aC. Mas este não é o fim da história. O livro de Isaías contrasta uma Babilônia desonrada, sentada no pó, com uma Jerusalém renovada, gritando de alegria e sabendo a salvação.

Reconhecendo como a Babilônia atual se opõe a Deus, o livro do Apocalipse exorta os cristãos a viver aqui e agora como cidadãos da futura Nova Jerusalém, antecipando a futura existência de uma humanidade redimida vivendo em harmonia numa terra real. Há boas razões para acreditar que nossa existência no mundo vindouro não será totalmente diferente da que experimentamos agora, mas sem o impacto negativo do mal, do pecado e da morte. Todo cidadão, sem exceção, não somente servirá e adorará a Deus, mas também reinará com ele.

traduzido por Denise Mardegan

Original de Jonathan Petersen