Feminismo Cristão


O que é o feminismo?
Nos séculos 15 a 18 já apareciam as vezes discussões a respeito da condição de opressão das mulheres, onde se dava mais destaque a superioridade masculina, mas estes textos não podem ser chamados de feministas, pois em momento nenhum questionavam a inferioridade imposta às as mulheres. 
A partir da Revolução Francesa (1789) e Iluminismo, esse tema começa a tomar força.

Em 1791 Olímpia de Gouges compôs uma declaração, proclamando que a mulher possuía direitos naturais idênticos aos dos homens e que tinha o direito de participar, direta ou indiretamente, da formulação das leis e da política em geral. Embora tenha sido rejeitada pela Convenção, a declaração de Gouges é o símbolo mais representativo do feminismo racionalista e democrático que reivindicava igualdade política entre os gêneros masculino e feminino. 
Em 1848 cerca de 100 mulheres se reuniram em uma convenção em Seneca Falls, Nova York, para ratificar a Declaração dos Sentimentos escrita para defender os direitos naturais básicos da mulher, tais como poder ter empregos melhores com os mesmos salários que os homens

Feminismo no século XX
A filósofa francesa Simone deBeauvoir lançou em 1949 a obra "O segundo sexo". Onde mostrava que o mundo pertencia aos homens e que as mulheres eram inferiorizadas nas áreas econômica, industrial, política, educacional e até mesmo em relação à linguagem. As mulheres foram forçadas pelos homens a se conformar e se moldar àquilo que os homens criaram para seu próprio benefício e prazer. as mulheres não tinham o direito de ter vontades, apenas de obedecer. 

No início dos anos 60 uma jornalista americana, Betty Friedan, transformou os conceitos filosóficos de Simone deBeauvoir em alguma coisa mais assimilável para a mulher moderna, ao publicar A Mística Feminina, um livro onde examinava o papel da mulher norte americana. 
De acordo com Friedan, as mulheres dos seus dias foram ensinadas a buscar satisfação apenas como esposas e mães. Ela afirmou que esta mística do ideal feminino tornou as mulheres infantis e frívolas, quase como crianças, levianas e femininas; passivas; garbosas no mundo da cama e da cozinha, do sexo, dos bebês e da casa. 
Friedan batizou o dilema das mulheres de “um problema sem nome”. Friedan concordou com deBeauvoir que a libertação das mulheres haveria de requerer mudanças estruturais profundas na sociedade. Para isto, as mulheres precisariam ter controle de suas próprias vidas, definirem-se a si mesmas e ditar o seu próprio destino.
No final dos anos 60 Kate Millet nomeou de Patriarcado o "problema sem nome". 

Movimento Feminista Dentro da Igreja
Podemos considerar o livro de Katherine Bliss, The Service and Status of Women in the Church (O Trabalho e o Status da Mulher na Igreja, 1952) como o marco inicial do moderno movimento feminista dentro do cristianismo. 
As atividades das mulheres na igreja se limitavam a cuidar das crianças e Missões. Era proibido ensinar, pregar, evangelizar ou administrar, mesmo se tivessem capacidade. 
 
Pela primeira vez alguém falava publicamente sobre a possibilidade de uma mulher ser ordenada como ministro do evangelho. Essa obra foi usada inclusive por ativistas seculares para demonstrar o papel inferior das mulheres em todas as camadas sociais, inclusive eclesiásticas. 

Vários periódicos evangélicos começaram a publicar artigos sobre a “síndrome das mulheres limitadas aos papéis da casa e esposa”, onde se argumentava que os homens podiam se tornar ministros ordenados, mas às mulheres se lhes impunham barreiras nas atividades ministeriais como ensino, aconselhamento e pastoreamento. 

Segundo as feministas cristãs, Clemente de Alexandria, Origines, Ambrósio, e Crisóstomo, Tomás de Aquino, Lutero, Tertuliano, Calvino e outros importantes teólogos e líderes da Igreja Cristã dos primeiros séculos reafirmaram a inferioridade da mulher através da história da Igreja. 

As feministas cristãs passaram a afirmar que a Bíblia dava suporte à  igualdade das mulheres e que os homens haviam negligenciado estes conceitos bíblicos. 

As primeiras feministas cristãs afirmam que o registro da criação da mulher no Gênesis tem sido quase que universalmente interpretado de uma maneira equivocada para se ensinar que “Deus impôs a inferioridade e a sujeição” da mulher. Os teólogos (homens) foram acusados pelas primeiras feministas de ignorarem as passagens bíblicas que dão suporte à igualdade feminina, torcendo-as para o seu próprio interesse. 

Sua proposta é que para Deus não há diferença entre homem e mulher. As feministas argumentaram que em relação às emoções, psique e intelecto, não há provas de diferenças entre mulheres e homens. 
Qualquer aparente diferença resulta única e exclusivamente de condicionamentos culturais e jamais de fatores biológicos. 

O primeiro passo do movimento feminista dentro da Igreja foi a ordenação das mulheres para os ofícios eclesiásticos e este foi somente o primeiro passo. A ordenação das mulheres requer o desenvolvimento de uma nova teologia, de uma nova visão sobre Deus, sobre a Bíblia, o culto e o mundo. A teologia deve se redefinir, alinhando-se com o ponto de vista feminino. 

Infelizmente, algumas linhas de feminismo cristão se radicalizarão e saíram da visão bíblica. Do machismo dominante, quiseram partir para o feminismo dominante. Porém Deus vê a todos com igualdade, e nenhum dos dois sexos tem direito de dominar ou radicalizar. 

Há dois mil anos Jesus já chocou a sociedade da época pela maneira como tratava não só as mulheres, mas também vários outros tipos de minorias. Ele tratava a todas as pessoas com igual dignidade – mesmo a quem repreendia. Não perdeu tempo ditando regras do que mulher pode fazer, o que não é coisa de homem, o que se deve vestir, etc… Só deu o princípio a ser seguido. Princípio este que Paulo se deu ao trabalho de tentar traduzir para a sociedade de sua época; dizendo quais as atitudes que expressavam o amor conjugal naquela cultura; quais as práticas que contribuíam com o equilíbrio  do relacionamento; quais eram os comportamentos que convinham em Corinto, Roma, Éfeso…  
Como muitos de seus ensinamento,  ao longo dos séculos as palavras de Jesus foram  distorcidas, seus ensinamentos invertidos e sua autoridade utilizada para subjugar os fracos – exatamente o oposto do que fez ou ordenou que fizessem. 

Por fim, é necessário  pensar em outro aspecto a respeito das prisões que prendem a mulher do século XXI.
A mulher hoje em dia se transformou num objeto. Se antes eram escravas do marido, agora são escravas da beleza. 
Se antes eram oprimidas pela imagem de mulher perfeita dona de casa, agora são oprimidas para darem conta da casa, do trabalho e dos filhos, em jornadas exaustivas.
Se antes tinham que se trancar dentro de casa, entre aventais e fraldas, agora tem que se adequar ao padrão de beleza inalcançável das artistas de televisão e cinema.  
Se antes não tinham direito ao prazer sexual, hoje são compelidas a satisfazer uma sociedade pornográfica e compulsiva, que consegue erotizar um menina de 5 anos. 
Se antes não tinham direito ao desejo e prazer sexual, agora são constrangidas a satisfazer a luxúria de uma sociedade obsessiva. 

Não vejo qual é a contribuição de poder desfilar nua pode contribuir para conseguirmos igualdade nessa sociedade ainda machista e patriarcal. Não sei em que ajuda podermos ter inúmeros parceiros sexuais e sair contanto vantagem sobre isso.

Não podemos querer copiar os erros cometidos pelos homens com o intuito de sermos iguais a eles. 

Temos que procurar qual é o padrão de Deus para a mulher, e isso inclui respeito a si própria e aos outros.

Sou a favor da igualdade entre os gêneros, igualdade de valor, respeitando as diferenças naturais.  
Por isso entendo que não faz sentido tentar afirmar se o feminismo está certo ou errado. Entendo que seria muito melhor tentarmos nos dedicar a desenvolver uma proposta de relação harmônica e equilibrada entre mulheres e homens, onde haja amor e respeito, o que é totalmente cristão. 

Submissão é estar sob uma missão, ou seja, se você casou com um missionário, AMBOS estão sob o chamado de missões, e não significa que ELE manda e você OBEDECE. Isso nem mesmo pode ser chamado de casamento. 
A mulher  pode e deve correr atrás dos seus sonhos, ter tudo em comum, conversar sobre tudo e ter Iigualdade de opinião e de oportunidades no casamento, na carreira, na igreja e na vida. A bíblia tem  sido usada por pessoas de má fé para aplicar um machismo descarado e prejudicial as mulheress e isso precisa parar.
Se estudarem a igreja de Corinto, onde encontramos o texto sobre submissão, vão entender os motivos que levaram Paulo a focar tanto no controle das mulheres. Se não quer estudar nada, por favor também não discuta com ninguém. Feminismo é simplesmente luta pela igualdade que o senhor propocionou a todos. 
Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.  Galatas 3:28
O feminismo é a luta pela igualdade. Caso a mulher queira ficar em casa e seu marido sair para trabalhar. Muito bem, ela tem esse direito. O que não pode é ser obrigada a trabalhar ou obrigada a ficar em casa porque os outros querem. Só o casal pode decidir o que eles querem. E se o homem decidir que vai ficar em casa e a mulher sair para trabalhar. Não temos nada a ver com as decisões que são tomadas por um casal. Que cada um tome conta de suas coisas e deixe de prestar atenção aos outros. 
Para os homens: Você não gosta de ver uma mulher sendo exposta nos comerciais como um objeto?
Você acha que suas filhas devem estudar para obter mais opções de escolhas profissionais?
Você acha que homem que bate em mulher está errado?
Você acha que a mulher na igreja pode pregar, louvar, orar, ensinar e evangelizar? Muito obrigada, talvez você não saiba, mas você também está compartilhando aos idéias feministas e cristãos. 
Nós simplesmente queremos servir ao nosso Deus, que morreu por todos, homens ou mulheres!




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Posso fazer sexo quando estou de jejum?

Sermão para aniversário - Vida guiada por Deus

Judá e Tamar - Selo, cordão e cajado