Os benefícios do sofrimento



O sofrimento nos torna mais conscientes de que somos criaturas dependentes. Somente Deus é independente de uma lei para si mesmo. Todos os demais seres dependem de sua bondade e poder. Enfermidades severas, choques severos, tristezas avassaladoras, angústias,
desapontamentos - todas essas coisas ensinam-nos a depender de nosso Deus, e não de nós mesmos.
As tribulações também nos aproximam mais dos outros seres humanos. em grau maior do que qualquer outra experiência humana. As tribulações unem as igrejas e as famílias, e até mesmo as comunidades e as nações assumem unidade de propósitos em meio à tribulação.
As tribulações ajudam-nos tanto a compreender como ajudar a outras pessoas que também estejam em tribulação. Tais dificuldades tomam-nos melhores e mais sábios conselheiros e guias.
As tribulações e perseguições podem servir-nos de excelente disciplina, ensinando-nos os valores espirituais que nos convêm, pois. em meio a essas aflições, aprendemos a reconhecer o que é importante e vital, distinguindo-o do que não se reveste dessas qualidades. Por igual modo. quando estamos sofrendo tribulações profundas, podemos aprender lições de humildade. e assim somos espiritualmente fortalecidos.
As tribulações, e até mesmo as perseguições, podem ser resultados de uma semeadura má e mesmo insensata. Nesses casos, a tribulação serve-nos de punição. Nisso vemos a aplicação da lei divina e universal da colheita segundo a semeadura. Tomemos por exemplo a experiência
de Israel e suas perseguições, por parte de diversas nações estrangeiras. Aquelas experiências dos israelitas com freqüência foram castigos e medidas disciplinares aplicadas por Deus. Alguns eruditos, por essa mesma razão têm pensado que as severas perseguições sofridas pelo apóstolo Paulo foram resultantes, pelo menos em parte. a semeadura que agora colhia; pois, embora judicialmente perdoado do que fizera, tinha de recolher os efeitos maléficos de ter sido amargo e incansável perseguidor da igreja de Cristo. E o ponto de vista desses eruditos mui provavelmente está com a razão. A experiência humana prova a sua veracidade. Conheci um diácono de uma igreja que procurava ter uma vida piedosa. No entanto, trazia no corpo
uma grave enfermidade física que resultava de sua vida anterior de dissipações mundanas. Faleceu relativamente jovem e perdoado de seus pecados é verdade, mas sem ter podido escapar dos inevitáveis resultados dos mesmos, fisicamente falando.
As tribulações e perseguições podem ensinar-nos algo sobre a seriedade e a malignidade do pecado. Homens maus perpetram ações desumanas contra os seus semelhantes, ações baseadas no ódio, no egoísmo e na cobiça. Porém, podemos aprender a odiar a maldade observando os seus péssimos resultados. em nossas vidas e nas dos outros. 
Grande parte da perseguição que há nas modernas igrejas evangélicas não se deriva do exterior, e, sim, de seu próprio meio. Um chamado crente se volta contra outro, ou alguns membros de uma igreja se voltam contra o pastor. É até mesmo verdade que, algumas vezes.
pessoas inocentes e impotentes são perseguidas pelos oficiais de uma igreja, por motivo de ofensa sem importância. ao passo que membros de prestígio, ou seus familiares, não sofrem nenhuma medida disciplinar.
A tribulação pode expurgar tanto o pecado como outros elementos estranhos de nossas vidas. elementos esses que, apesar de não serem pecaminosos em si mesmos, servem de obstáculos ao nosso progresso e ao nosso bem-estar espiritual. O bisturi da tristeza e da tribulação é muito mais afiado do que o fio expansivo da felicidade. e pode desarraigar falhas de caráter e de ação com muito maior prontidão do que qualquer sentimento de euforia.
As tribulações e perseguições podem produzir uma entrada mais jubilosa, em nossa herança celestial. do que poderia ter sido de outro modo, se não houvéssemos experimentado a adversidade. Romanos 8: 18. entre outras coisas. ensina-nos exatamente isso.
Nossa expressão espiritual é aprofundada e fortalecida pelas tribulações. de uma maneira que é praticamente impossível ser duplicada por outros meios. Os sofrimentos deixam uma boa marca, e não má, naquele que os sofreu com paciência, se tais sofrimentos puderam ensinar-lhe a ter simpatia para com outras pessoas, bem como a exercer confiança para com Deus. Uma"alma profunda" é aquela que já sofreu. Uma "alma superficial", por outro lado, é
aquela que ainda não experimentou o sofrimento. A "alma profunda" é melhor, tanto para o seu próprio beneficio como para beneficio do próximo.
Devemos nos lembrar que até o próprio Jesus " ... aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu" (Heb 5:8). Outrossim, ele foi "aperfeiçoado" através do sofrimento (ver Heb, 2: 10). Ora, se o próprio Cristo precisou experimentar o sofrimento, quanto mais os seus discípulos!
O sofrimento, conforme nos mostra Rom 8: 18, é uma espécie' de garantia da magnitude da glória que se seguirá, pois. a despeito da profundeza do sofrimento, fica-nos assegurado que o mesmo jamais poderá ser tão grande como a glória que. necessariamente. se seguirá.
Paulo. pois, pensava tanto sobre a grandeza como sobre a certeza da glória futura; e é o sofrimento que nos faz  lembrar essas realidades.
Ninguém pode disputar acerca da "realidade" do sofrimento. e essa realidade, por si mesma, serve de garantia da realidade da glória futura de que usufruiremos.
As Escrituras nos asseguram que, de alguma maneira, o "problema do mal" redundará em bem. e que o bem ultrapassará grandemente o mal; e isso é uma declaração que reflete uma fé profunda na providência e plano eterno de Deus. 

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