ENTRE LÁGRIMAS E FEIXES - QUANDO DEUS TRABALHA NO INVISÍVEL

 

A vida cristã é marcada por estações. Há tempos de sol e há tempos de sombra; há dias de colheita e dias em que o campo parece vazio. Entre o plantar e o colher existe o silêncio — e é justamente nesse intervalo que Deus faz o seu trabalho mais profundo. O coração humano, acostumado com resultados imediatos, muitas vezes se desespera quando o fruto não aparece, esquecendo-se de que a semente precisa primeiro morrer para, depois, florescer.

O Salmo 126:5–6 nos recorda:

“Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.
Quem sai andando e chorando, enquanto semeia,
voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.”

Esse texto não é apenas uma poesia antiga; é um retrato espiritual da jornada de todo aquele que crê. As lágrimas não são sinais de fracasso, mas de investimento. O solo que recebe o pranto do justo se torna terreno fértil para uma colheita que o tempo não pode roubar.

Muitos confundem fé com sentimento. Acham que crer é não sentir dor, não chorar, não vacilar. Mas a verdadeira fé é aquela que continua semeando mesmo chorando. O agricultor não abandona o campo porque o céu fechou — ele sabe que as nuvens também fazem parte do ciclo da vida. Assim é o crente maduro: ele entende que o choro e a alegria não são opostos, mas estágios do mesmo processo.

Entre as lágrimas da semeadura e as espigas da colheita há o tempo da espera. E esperar é, talvez, uma das maiores provas da alma. É nessa espera silenciosa que Deus ensina a paciência, molda o caráter e purifica as motivações. Aquele que planta com fé aprende que Deus não se atrasa, apenas amadurece o fruto no tempo certo.

As lágrimas que caem em secreto não são esquecidas. Cada gota é contada, cada oração é ouvida, e cada esperança é guardada pelo Senhor da seara. O cristão fiel descobre que o campo da vida não se mede por estações visíveis, mas pela promessa invisível de um Deus que nunca falha.

E quando chega a colheita, ela vem com duplo sabor: o da alegria e o da gratidão. Alegria, porque as espigas finalmente surgem. Gratidão, porque as lágrimas agora fazem sentido. Aquele que perseverou entende que não foi apenas o grão que cresceu, foi o seu coração que amadureceu.

Entre lágrimas e espigas existe um chamado divino à fidelidade. Deus não busca perfeição, mas constância. Ele se agrada de quem continua confiando, mesmo quando não entende. O Senhor não esquece os campos regados com fé. O que hoje parece perda será, amanhã, testemunho. O que hoje dói, amanhã florescerá.

Por isso, se você está semeando entre lágrimas, não desanime. Continue arando a terra da fé, lançando a semente da esperança e regando com oração. O tempo de cantar virá — e quando vier, você compreenderá que cada lágrima foi uma gota de promessa.

🌾 “O Deus das espigas é também o Deus das lágrimas. Ele transforma dor em fruto e espera em colheita.”

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