O lar que Deus edifica
A pressa tornou-se a marca registrada de nossa geração. Vivemos debaixo da pressão constante do tempo, como se estivéssemos sempre atrasados para algo que nunca termina. Não temos mais tempo: corremos o dia inteiro, e, no final, percebemos que o essencial ficou de lado.
O trabalho, que deveria sustentar a família, acabou ocupando o lugar dela. O domingo, antes dedicado ao descanso e à convivência, passou a ser mais um dia cheio de tarefas e compromissos. O lar, que deveria ser um refúgio, transformou-se quase numa pensão: as pessoas só se encontram para dormir, cada uma vivendo em seu próprio ritmo, em sua própria solidão silenciosa.
A televisão, o computador e o celular assumiram o lugar da mesa de jantar, onde antes famílias inteiras conversavam, riam, compartilhavam suas preocupações e fortaleciam vínculos. A família já não encontra tempo para estar junta. Pais e filhos habitam a mesma casa, porém vivem isolados sob o mesmo teto. Cada quarto se tornou um pequeno mundo, uma muralha invisível onde cada um se esconde.
Por isso, precisamos urgentemente de pais e mães que resgatem o valor do tempo compartilhado. Pais e mães que sentem com seus filhos, que olhem nos olhos, que conversem, que ouçam. Pais e mães que falem de Deus em casa, não como um dever religioso, mas como parte natural da vida. Precisamos de pais e mães intercessores — homens e mulheres que entendam que orar pelos filhos é responsabilidade e privilégio.
Precisamos de pais e mães que busquem a salvação de seus filhos com mais empenho do que buscam seus próprios interesses. Pais que priorizem passar tempo com seus filhos mais do que gastar horas em academias ou distrações. Mães que valorizem mais a salvação da família do que a busca incessante por beleza exterior, sabendo que unhas perfeitas jamais substituirão um coração voltado a Deus.
Precisamos de mães que desejem ardentemente que seus filhos cresçam como filhos do Altíssimo. Mães intercessoras, que compreendem que a oração é a maior ferramenta colocada em suas mãos — uma arma espiritual poderosa, capaz de alcançar lugares onde nenhuma palavra, conselho ou correção chega.
A oração é a faculdade mais elevada que uma mãe pode cursar, e sua prática diária molda destinos. Jocabede, por exemplo, não desistiu de seu filho. Viveu numa época difícil, em que crianças eram tiradas dos braços das mães e condenadas à morte. Ainda assim, ela não se rendeu. Ela confiou, agiu, orou, colocou o pequeno Moisés nas mãos de Deus, e sua fé preservou não apenas a vida de um menino, mas o futuro de uma nação inteira.
Hoje, precisamos desse mesmo espírito de perseverança. Em meio ao turbilhão da vida moderna, é necessário organizar o tempo com sabedoria. Cada dia oferece uma nova oportunidade de resgatar a convivência familiar, de olhar com atenção para aqueles que Deus nos confiou, de construir memórias que permanecerão para sempre.
Organize o seu tempo. Separe momentos para sua família. Repare nos detalhes, converse, abrace, caminhe lado a lado. Porque, no fim, são esses laços simples e sagrados que sustentam a vida — e é neles que Deus manifesta Sua graça de maneira mais profunda.

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