Especial Natal: Entre o Novo e o Antigo: A Fé que Guarda Seus Tesouros
Vivemos em uma época que valoriza o novo, o rápido e o imediato. Novas ideias, novas abordagens e novas leituras surgem constantemente, muitas vezes acompanhadas do desejo de deixar para trás tudo o que é considerado antigo. No entanto, a fé bíblica nunca foi construída sobre descartes apressados, mas sobre continuidade, memória e transmissão.
As Escrituras falam com frequência sobre novidade: novos céus, nova terra, nova aliança, nova criação. Essas expressões apontam para o agir renovador de Deus na história. Contudo, a novidade bíblica não anula o que veio antes. Ela se apoia no antigo, dialoga com ele e o cumpre. O novo nasce do antigo como fruto amadurecido, não como ruptura.
Há um risco real quando se tenta separar radicalmente o Antigo Testamento do Novo. Ao fazer isso, perde-se a compreensão das raízes da fé, do contexto das promessas e do significado profundo das palavras de Jesus. A mensagem cristã não surge no vazio; ela floresce dentro da história de Israel, das alianças, da lei, dos profetas e da sabedoria transmitida de geração em geração.
A própria Escritura usa a imagem de tesouros guardados. Guardar, aqui, não significa esconder ou engessar, mas preservar com valor. O antigo permanece relevante porque carrega fundamento, identidade e direção. O novo é bem-vindo porque traz renovação, aplicação e esperança. Um não substitui o outro — caminham juntos.

À medida que novos ciclos se iniciam, somos convidados a olhar para frente sem esquecer de onde viemos. O futuro da fé não está em abandonar suas raízes, mas em aprofundá-las. Quando o antigo é honrado e o novo é recebido com sabedoria, a herança espiritual permanece viva e frutífera.
A fé que permanece é aquela que guarda seus tesouros — não por nostalgia, mas por fidelidade. O que Deus construiu ao longo da história continua sendo fonte de vida para o presente.
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