Uma crítica aos louvores atuais

O que escrevo é uma opinião minha, você tem todo o direito de concordar ou não e eu tenho o direito de expressão minha opinião.
Não gosto muito do ritmo sertanejo, mas aprecio as letras do sertanejo raiz, aquelas músicas tipo luar do sertão, menino da porteira, o etc.
Acho gostoso ouvir uma música: "Um lugar de mato verde pra plantar e pra colher. Ter uma casinha branca de varanda. Um quintal e uma janela para ver o sol nascer" "As andorinhas voltaram e eu andei voltei!"
Sou da cidade grande e estas coisas não me fazem lembrar de nenhuma lembrança da infância, já que cresci no meio do asfalto e da fumaça de São Paulo, mas me trazem um sentimento puro e singelo. Lembro-me que meu irmão e eu, quando começava a escurecer, subiamos na caixa do registro d'agua e ficavamos sentados, olhando quando tempo a luz da rua ia demorar para acender. Isto lá pelos anos 70, quando as vezes chegava a demorar mais de 10 minutos para uma rua ficar iluminada. Nada sigelo ou poético. Esta foi a minha infância de cimento e farol.
Mas estes sertanejos retratam um Brasil ingênuo e agradável. Gostoso de ouvir, bem diferente dó sertanejo universitário de hoje, que mostra outra realidade, de mais balada, curtição, relacionamentos e bebedeira.

Partindo deste ponto, começo a olhar para a musica cristã atual com outros olhos. Parece que atualmente nossos compositores estão tentando achar esta simplicidade na letra como os sertanejos de raiz.

É como se eles também quisessem não mais um lugar de mato verde pra plantar e pra colher, mas um lugar repousante, só que bem pertinho do coração de Deus. Um desejo enorme de comunhão e tranquilidade ao lado do seu Senhor.

São tantas as letras falando de águas profundas, de rios que correm, da vontade de se afundar nas correntezas de seu amor, quero subir o mais alto que eu puder, abre as comportas do céu. A natureza usada para descrever o amor pelo o Pai.

Outras que são verdadeiras declarações: Estou apaixonado, quero te abraçar, quero te encontrar, preciso de ti, quero te beijar, abraça-me e por ai vai.
Num mundo tão conturbado e acelerado como hoje é gostoso ouvir louvores que nos convidam a um momento de amor e intimidade. O difícil é separar até onde esta uma expressão de amor puro ou uma relação muito agua com açucar e sem realidade.
Mas ao mesmo tempo não posso deixar de questionar. Ao mesmo tempo que gosto, as vezes parece que falta uma essência maior. É muita melação para pouco conteúdo. Muita repetição. Ainda comparando com as músicas sertanejo raiz, as letras inovavam, mas nossos louvores parecem sempre iguais.
Não sou compositora, apenas ouvinte e adoradora, mas eu posso questionar. Será que dá para encontrar um meio termo? Termos músicas que falem do amor, mas que também não se esqueçam da cruz, do preço que temos a pagar, das recompensas futuras de sermos aceitos por Ele. Que façam declaração de amor, mas que também falem de sua soberânia e onipotência, de seus preceitos e juízos.
Ou será que não existe mais mercado para estas músicas? Ou será que estes louvores existem mas não são tocadas nas rádios ou nas igrejas? Não sei!

Leia também:
http://www.blogfiel.com.br/2013/02/narcisismo-gospel.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Posso fazer sexo quando estou de jejum?

Sermão para aniversário - Vida guiada por Deus

Judá e Tamar - Selo, cordão e cajado