O Senhor é meu Pastor e nada me faltará, nem mesmo lutas.


Às vezes me sinto como uma geladeira velha, que iá tiraram o motor e venderam para o  ferro velho, mas antes já tiraram até  o fio elétrico para emendar e fazer uma extensão para um eletrodoméstico qualquer. Hoje, essa geladeira velha serve apenas para guardar potes de margarina usados, que nunca serão usados para nada. Sua porta é aberta somente quando um outro pote tem que ser guardado lá. Despejam a porcaria e fecham rapidinho para não sentir o cheiro de comida estragada.

As vezes me sinto como um quartinho de despejo, que outrora já foi o abrigo de todos, quando não havia coisa melhor. Mas agora, quando todos já conseguiram construir um quarto melhor, ou até mesmo uma casa completa, desprezam este quartinho de despejo, pois já não tem mais utilidade.

As vezes até se lembram dele. Num momento de solidão, de necessidade, ou quanto o seu lar está com goteira, correm para o quarto de despejo. Jogam um aromatizante, limpam, perfumam, me dão ilusão de que voltarei a ser um lar novamente. Enquanto isto arrumam as suas coisas, consertam as suas goteiras, refazem seus lares. Não precisam se preocupar comigo. Suas preocupações são apenas em reconstruir suas vidas. Após algum tempo,  jogam mais lixo dentro de quartinho e se vão, sem nem olhar para trás.

Mas eu tenho sentimentos, tenho valor, tenho opinião e mesmo sendo usada como uma geladeira ou como um quartinho de despejo, eu não sou. Sou uma pessoa, necessito ser amada, necessito ser cuidada. Mas vou me reerguer, jogar todos os potinhos de margarina fora, limpar a sujeira que deixaram em mim. Vou me adornar e me perfumar. Mas infelizmente, cada vez que sou desprezada, me armo um pouco mais, confie um pouco menos nas pessoas, fica cada vez com mais medo de ser desprezada e ser trocada por uma geladeira nova, dessas bem modernas, que possuem programa de auto limpeza, bebedouro externo e que quase nem gastam energia.

Levanto minhas defesas e me fecho ainda mais, pois sempre me ensinaram que o amor de mãe é único e este eu não tive. Me ensinaram que o amor de filho é para sempre, e por esses eu sou esquecida. Me ensinaram que meu marido seria meu maior amigo, mas se ele nem conversa comigo. Eu aprendi também que meu Deus chamais me deixaria. É verdade ou simplesmente é mais uma mentira?

Não sei, eu sei que estou só e que a única coisa que consigo ouvir que que eu preferia estar morta, mas eu não tenho coragem de acabar com a minha vida, e assim como eu creio que apesar de tudo eu ainda terei alguma recompensa por uma vida dedicada aos outros. Eu também creio que o Senhor tem um cantinho reservado para mim e eu não vou abrir mão disto e é somente por isso que eu não acabo com esta dor. Minha última esperança é que parte que cabe ao Senhor, de não me deixar jamais, se cumprirá.


Aprendi que tudo posso naquele que me fortalece, que isso é como se fosse um grito de uma alma em agonia. Reconheço que sou fraco e clamo por Seu auxílio. 
Sei que o Senhor é meu pastor e de nada sentirei falta, por mais que não tenha tudo o que desejo. 
Nas horas que a dor ameniza, sinto que posso não ter tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho e isso tem me feito não desisitir.

Entendi que quando o sofrimento é demais, a gente não aguenta e explode em dor,  mas que quando esse sofrimento passa, podemos entender a alegria da paz.

Não quero alimentar ao inimigo da minha alma com murmurações, mas quero que o Senhor da minha vida me escute e acalme o meu pensar....

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