Estudo Biblico II Corintios 12

2 Coríntios 12
12.1 — Paulo decidiu citar as visões e revelações que recebera de Deus provavelmente para combater afirmações semelhantes dos falsos mestres; todavia, ele as contrastou com as provações que já havia sofrido no ministério (v. 7-10).

12.2 — Mais adiante (v. 5-7), fica aparente que Paulo estava falando de si próprio, mas apresentava suas experiências com modéstia, mencionando um homem em Cristo como se esses acontecimentos tivessem ocorrido com outra pessoa. Paulo escreveu 2 Coríntios aproximadamente em 56 d.C.; catorze anos antes teria sido o ano 42, quando ele estava em Antioquia (At 11.26). Terceiro céu. Naquela época as pessoas comumente falavam sobre três céus: o primeiro, o atmosférico, onde os pássaros voam; o segundo, o cósmico, o espaço ocupado pelo sol, a lua e as estrelas; e o terceiro, o celestial, onde Deus habita.

12.3,4 — O céu (v. 2) aqui é chamado de paraíso. Esta experiência pode ser comparada a outras na Bíblia. Deus “desceu” à terra e encontrou-se com Moisés no monte Sinai. Moisés e Elias desceram do céu para encontrar-se com Cristo. Pedro, Tiago e João viram o Cristo transfigurado no monte. João teve visões do trono celestial. Paulo afirma ter sido transportado em espírito ao céu, de lá retornado com revelações extraordinárias. A experiência provavelmente ajudou o apóstolo a suportar seu sofrimento pela causa de Cristo. Todavia, ele nunca enfatizou a própria experiência em suas mensagens; em vez disso, sempre pregou sobre Cristo crucificado (2 Co 4.1-5).

12.5 — De um assim (gr. hyper tou toioutou, levando em consideração alguém assim). Novamente Paulo não se gabava de si próprio, mas da experiência que o Senhor lhe permitiu ter. Me gloriarei eu. Tal favor e privilégio divinos justificam a reação do apóstolo. Mas de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas. Paulo tem o cuidado de manter a atenção dos seus leitores no verdadeiro objeto de seu “orgulho”.

12.6 — Que em mim vê. E muito fácil afirmar ter tido uma experiência espiritual, mas os outros só podem verificar nossa fé observando nossa vida. Paulo desejava ser avaliado com base em suas palavras e seus feitos.

12.7 — Espinho significa farpa, estaca ou algo pontiagudo. [Aqui, pode ser uma alusão a inimigos, como em Números 33.55.] Carne aqui pode referir-se ao corpo físico ou à natureza pecaminosa. Existem três interpretações básicas para o significado do espinho na carne de Paulo, e são as seguintes: (1) Se o termo carne é uma referência ao corpo, então o espinho pode ter sido uma doença, como dor de ouvido, de cabeça, problemas na vista, epilepsia ou febre crônica. (2) Se o termo carne é uma referência à natureza pecaminosa, então esse espinho pode ter sido algum tipo de tentação. (3) Se a expressão é figurativa, pode referir-se à perseguição ou às oposições. A maioria dos comentaristas acredita que o espinho era ou uma doença [problemas na vista, com base no texto de Gálatas 4.15], ou inimigos, dado o contexto bíblico em que está inserido e a interpretação comum dos judeus para o termo espinho. Mensageiro de Satanás. Deus permitiu que o diabo afligisse Paulo, como fez com Jó (Jó 1; 2). Esbofetear significa golpear com o punho (Mt 26.67). O espinho na carne de Paulo era uma experiência dolorosa e humilhante com o intuito de evitar o orgulho pessoal.

12.8 — Orei. Apresentei meu caso, requisitei ao Senhor.

12.9 — Fraquezas... poder. Quando os cristãos estão sem forças e olham para o Senhor (v. 8), Ele lhes transmite poder por meio de Sua graça.

12.10 — Paulo não apenas se gabava de sua fraqueza (v. 9), ele afirmou que sentia prazer, pois pela sua fraqueza o poder de Cristo na vida de Paulo tornava-se mais aparente às pessoas. Isso poderia trazer louvor ao Único que merecia recebê-lo.

12.11 — Os coríntios constrangeram Paulo a gloriar-se, porque deram ouvidos aos falsos profetas (2 Co 11.4) e foram ludibriados por eles (2 Co 11.12).

12.12 — Quando Paulo plantou a Igreja em Corinto, realizou sinais do... apostolado, milagres ou evidências sobrenaturais que demonstravam sua autoridade como um apóstolo (At 14.3).

12.13 — Em que tendes vós sido inferiores às outras igrejas. Em outras palavras, Paulo perguntou: “De que modo vocês consideram sua igreja deficiente por não ter sido fundada por um dos outros apóstolos?” (veja 1 Co 1.6,7).

A não ser que eu mesmo vos não fui pesado. A única “falha” do ministério paulino em Corinto foi o fato de ter dado tratamento preferencial àqueles cristãos. Contra tamanha ingratidão, a ironia de Paulo lança um golpe mortal. E, como se a lâmina não tivesse sido profunda o suficiente, ele intensifica sua ironia com as palavras: Perdoai-me este agravo.

12.14 — Eis aqui estou pronto para, pela terceira vez, ir ter convosco. A primeira visita de Paulo a Corinto ocorreu em sua segunda viagem missionária (At 18.1-18). Pelo fato de o apóstolo ter mencionado uma “visita dolorosa” em 2 Coríntios 2.1, considera-se que a segunda ida de Paulo à cidade tenha ocorrido num período em que estava hospedado em Éfeso, antes de ter escrito esta carta (At 19.1-14). Por outro lado, há quem pense que uma segunda visita antes dessa época não teria acontecido e que o termo pronto nesse versículo indica que Paulo havia se preparado para ir a Corinto uma terceira vez, mas que, na verdade, não fez tal viagem (2 Co 1.15,16,23; 2.1-4). Ele prometeu não ser pesado, ou seja, estava recusando o sustento financeiro dos coríntios.

12.15 — Pelas vossas almas quer dizer para o total bem-estar dos coríntios. Às vezes parece que, quanto mais dedicamos amor a algumas pessoas, menos somos amados por elas. Entretanto, Paulo não deixou de amar os coríntios, mesmo não havendo aparente reciprocidade.

12.16,17 — Anteriormente, Paulo afirmara que não estava andando com astúcia (2 Co 4.2). Ele também havia destacado que Satanás era enganador (2 Co 11.3) e que os falsos apóstolos eram como anjos do diabo (2 Co 11.13,14). Agora ele repete a afirmação de seus opositores de modo sarcástico sobre ele estar sendo astuto. Mas como ele pôde enganar os coríntios? Paulo teria feito isso convencendo-os a não lhe dar dinheiro. Com sarcasmo, o apóstolo se defende da acusação de engano e fraude.

12.18 — Aparentemente, Tito também foi mencionado nas acusações dos falsos apóstolos, haja vista que fora Paulo quem o havia recomendado para fazer a coleta das ofertas (2 Co 8.16,17). No entanto, os críticos do apóstolo
não tinham qualquer prova contra Tito. Ele era irrepreensível.

12.19 — Ainda nos desculpamos convosco. Paulo não tentava justificar a si mesmo perante os coríntios. Deus era seu juiz. Ele desejava fazer o que estivesse ao seu alcance para promover o crescimento espiritual daqueles cristãos.

12.20—13-10 — Paulo explica em detalhes o motivo de ter escrito esta mensagem. O que ele tinha a dizer pode ser resumido pelos verbos que ele usou ao falar de si mesmo: (1) recear (2 Co 12.20), (2) chorar (2 Co 12.21), (3) não perdoar (2 Co 13.2), (4) rogar (2 Co 13.7) e (5) escrever (2 Co 13.10).

12.20 — Como eu quereria... como não quereríeis. Se Paulo não tivesse encontrado os coríntios vivendo corretamente como cristãos, teria de discipliná-los; então, não ficaria satisfeito com isso. Pendências e outras atitudes desaconselháveis mencionadas surgem a partir do orgulho e da busca pela autossatisfação.

Detrações diz respeito ao ato de criticar pessoas em sua ausência ou de levantar calúnias contra as mesmas.

12.21 — Deus me humilhe. Paulo ficaria humilhado se seus “filhos na fé” não estivessem vivendo como deveriam. A conduta deles faria com que o apóstolo chorasse, não podendo gloriar-se neles. Em vez de ir lá em alegria (2 Co 3.2), teria de apresentar-se em tristeza (2 Co 2.1-3). Imundícia descreve o tipo de imoralidade sexual com a qual os coríntios haviam se envolvido antes de converterem-se. Talvez Paulo temesse que alguns já estivessem outra vez envolvidos com esses pecados e não tivessem se arrependido.

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