Quem era os cananeus?

Passou Abrão pela terra até o lugar de Siquém, até o carvalho de More. Nesse tempo estavam os cananeus na terra.” (Gn 12:6)
 
 A palavra cananeus é a denominação para os povos que viviam na Terra Prometida na época da chegada de Abrão. Compunham sete nações distintas: os fenícios, os filisteus, os amonitas, os heteus, os jebuseus, os amorreus e os heveus (Dt 7:1).

O nome cananeus era a designação geral de todos os habitantes da região da Terra Prometida e planícies em volta. Muitos destes povos eram descendentes de Canaã, filho de Cam, neto de Noé (Gn 10:6,15). Os amorreus eram também uma designação geral, algumas vezes aplicada a todos os habitantes, porém mais especificamente a uma tribo que habitava ao oeste do Mar Morto.
 
Algumas das cidades antigas fundadas pelos cananeus são Gezer, Meguido, Jericó, Sodoma, Gomorra e Jerusalém (Gn 10:19). Canaã era uma terra promissora e própria para a agricultura e pecuária (Gn 3:8).
 
A primeira guerra registrada na história bíblica aconteceu entre quatro reis mesopotâmios e cinco reis cananeus (Gn 14).
 
Os cananeus são descritos na Bíblia como grandes e poderosos, idólatras, supersticiosos, profanos e iníquos. A terra dos cananeus, Canaã, era a terra prometida para Abrão e os patriarcas como herança.
 
A religião dos cananeus era politeísta, identificada com a natureza e seu objetivo era ensinar aos homens cooperarem e controlarem o ciclo das estações tendo em vista os interesses agrícolas.
 
O deus principal da religião cananéia era El. Sua mulher era Asera e, também, casou-se com três irmãs suas. Dos setenta filhos que gerou, Baal foi o mais famoso. El matou seu irmão e alguns de seus filhos. Cortou a cabeça de sua filha, castrou seu pai e a si mesmo e obrigou a seus concidadãos a fazerem o mesmo. A irmã e amante de Baal, chamada Anat, converteu-se na vil e depravada deusa da paixão da guerra e da violência e lutava contra os inimigos de Baal.
 
Baal era o “senhor da terra” e deus do tempo atmosférico. Sua esposa Astarote, era a personificação do principio reprodutivo da natureza, Os babilônicos a chamavam de Istar e o nome romano e grego era Astarte.
 
Por Canaã ser totalmente dependente da chuva para suas plantações, foi muito conveniente tomar para si o deus da chuva do povo amorreu. Baal era deus da chuva, do trovão e da fertilidade do solo. Nada mais conveniente para um povo que vivia da agricultura. Para os cananeus, a chuva era o sêmen de Baal caindo sobre a terra, tornando-a fértil, como um homem torna fértil uma mulher com o seu sêmen.
 
Para os cananeus, Baal era o senhor do tempo; ele fazia chover, trovejar ou fazer sol. Ele era adorado principalmente nos montes, ou lugares altos. Mas podia também ser adorado em qualquer lugar que tivesse um Astarote (um pedaço de tronco fincado na terra, igual a um totem). Isso porque a esposa de Baal, Astarote, era simbolizada por qualquer tipo de pedaço de árvore ou planta. Jezabel, princesa sidônia, mulher inescrupulosa, vingativa, diabólica, terrível perseguidora de profetas e esposa do rei Acabe, era adoradora de Astarote (I Rs 16:31-33).
 
 Com a idéia do sêmen de Baal caindo sobre a terra em forma de chuva, os cultos a Baal centravam-se na atividade sexual.
 
O deus nacional dos amonitas cananeus era Moloque (I Rs 11:7). Os cananeus tinham como prática religiosa comum o sacrifício de crianças imoladas em chamas (Ez 16: 20-21).  Dois reis de Judá, Acaz e Manassés, abandonaram a adoração do verdadeiro Deus de Israel e sacrificaram seus próprios filhos a Moloque (2 Rs 16:3; 21:6)  Seus sacerdotes eram sodomitas e as sacerdotisas prostitutas. Existiam outros deuses cananeus e o culto a eles consistia em orgias.
 
A religião cananéia era grosseiramente sexual e perversa. Requeria no culto o serviço de homens e mulheres prostitutos, disponíveis como sacerdotes. A pessoa para adorar a Baal tinha que copular com um ou vários desses sacerdotes. Isso é visto no livro de Oséias. A sua esposa não era simplesmente uma prostitua, era uma sacerdotisa de Baal (Os 4:11-14). Essa era a mitologia cananéia que os hebreus encontraram ao sair do Egito. E foi com essa mitologia absurda que eles se contaminaram.
 
A religião dos cananeus era a mais pervertida sexualmente, moralmente depravada e sangrenta de toda a história antiga. Foi por esse motivo que Deus ordenou exterminar aquela cultura, as cidades e o povo cananeu.
 
Deus ordenou que os hebreus não devessem fazer aliança com os cananeus; não temê-los; não se misturar com eles em matrimônio;  não seguir sua idolatria; não seguir seus costumes e destruí-los sem misericórdia, não deixando vestígios de sua idolatria (Dt 7:1-5). A destruição total dos cananeus era necessária para salvaguardar os hebreus da influência idólatra e pecaminosa (Dt 20:17).
 
A destruição das cidades cananéias e seus habitantes demonstram um princípio básico de julgamento divino: Quando o pecado de um povo alcança sua medida máxima, a misericórdia de Deus cede lugar ao juízo (Js.11:20-23). Deus já aplicara esse mesmo princípio, quando do dilúvio (Gn 6.5-7,11-12) e da destruição das cidades iníquas de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-25).
 
Depois de chegar a Canaã, os israelitas passaram a chamar de Baal os deuses da região. No século IX a.C., Jezebel pretendeu substituir o culto de Iavé pelo de Baal (I Rs 18:13,19), o que provocou o repúdio deste. Baal passou a representar para os israelitas, a abominação e os falsos deuses.

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