A Unção de Jesus

Um Ritual de Devoção Os leitores da Bíblia estão familiarizados com o termo "Messias" (o Salvador ou Redentor). No entanto, nem todos sabem que essa palavra tem origem hebraica. Na antiga Israel, os reis eram coroados com óleo derramado sobre suas cabeças. Esse ritual sagrado era chamado de meshicha (משיחה), que significa “unção”. Por isso, o rei era chamado de mashiach (משיח), ou “o ungido”.

Preparando-se para a Chegada do Rei Como todos os judeus, Maria esperava apaixonadamente pela chegada prometida do rei redentor da linhagem de Davi. Quando Jesus estava jantando na casa de Simão, o leproso, em Betânia, ela derramou um jarro inteiro de óleo perfumado e caro sobre a cabeça d'Ele. Maria sabia que isso precisava ser feito para que o destino messiânico de Jesus fosse cumprido. Somente o óleo mais precioso, perfumado com nardo, seria apropriado para ungir o Filho de Deus.

Retorno à Verdadeira Fonte das Escrituras Maria tomou a iniciativa e fez o que ninguém mais teve coragem de fazer: proclamar Jesus de Nazaré como o Messias. Muito tempo depois, a palavra hebraica mashiach tornou-se christos em grego, e os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos. Chegou a hora de retomar a iniciativa. Assim como Maria tomou coragem para reconhecer e proclamar a verdadeira identidade de Jesus, somos chamados a buscar as origens profundas das Escrituras, sem as limitações das traduções.

Desenvolvimento da Unção de Jesus e Seu Significado Profundo

A unção de Jesus por Maria foi um evento carregado de significado profético e espiritual. No contexto bíblico, a unção era mais do que um simples ato simbólico de coroação; ela representava a consagração divina, o reconhecimento público de uma pessoa escolhida por Deus para uma missão especial. O ato de Maria, ao derramar o óleo sobre a cabeça de Jesus, foi uma proclamação pública de Sua realeza e messianismo, e o próprio Jesus reconheceu a profundidade espiritual desse gesto. Ele declarou que Maria havia ungido Seu corpo "para o sepultamento", sugerindo que ela, talvez intuitivamente, estava preparando-O para o sacrifício supremo que viria com Sua crucificação e morte (Marcos 14:8).

O Significado do Óleo de Nardo O óleo que Maria usou para ungir Jesus era perfumado com nardo, um óleo raro e caro, que costumava ser reservado para momentos de grande importância. O fato de Maria ter escolhido este óleo ressalta a singularidade do momento e a importância da pessoa que ela estava ungindo. Além de ser um símbolo de honra e consagração, o nardo tinha associações com pureza e sacrifício, preparando simbolicamente o corpo de Jesus para o Seu destino.

Unção e a Expectativa do Messias No judaísmo, a expectativa pela vinda de um Messias era profundamente enraizada nas promessas feitas a Davi de que um descendente seu reinaria para sempre. Maria, ao ungir Jesus, estava ligando-O diretamente a essa expectativa. Seu ato proclamava que Jesus era o descendente prometido, o Rei ungido que cumpriria as antigas profecias.

A Unção no Novo Testamento e Seus Desdobramentos Teológicos A unção de Jesus por Maria também é rica em desdobramentos teológicos para os cristãos. No Novo Testamento, Jesus é reconhecido não apenas como Rei, mas também como Profeta e Sacerdote. Esses três ofícios eram frequentemente simbolizados pela unção com óleo. Assim, o ato de Maria pode ser visto como uma confirmação desses três papéis de Cristo: como Rei, Ele governa; como Profeta, Ele revela a vontade de Deus; e como Sacerdote, Ele intercede pelos pecadores, oferecendo a Si mesmo como o sacrifício final.

Além disso, a unção de Jesus antecede a instituição da unção espiritual que o próprio Cristo oferece aos Seus seguidores através do Espírito Santo. Após a ressurreição e ascensão de Jesus, o derramamento do Espírito Santo sobre os cristãos foi, em certo sentido, uma continuação da unção de Cristo, capacitando os crentes a serem "pequenos cristos", ungidos para realizar a missão do Reino.

Conclusão O ato de Maria ao ungir Jesus vai além de um simples gesto de devoção pessoal; é um evento que ecoa nas profundezas das Escrituras e aponta para o destino de Jesus como o Messias, o Ungido de Deus. Assim como Maria agiu com coragem e fé, somos convidados a retornar à verdadeira essência das Escrituras, buscando entender as raízes hebraicas da nossa fé e reconhecendo o impacto eterno que a unção de Jesus teve na história da redenção.

Que possamos também buscar a unção do Espírito Santo, permitindo que Ele nos guie e nos capacite a viver de acordo com o exemplo de Cristo.

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