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Yeshua: O Nome que Revela a Salvação

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Em Mateus 1:21, lemos que Deus dá a Maria a instrução de nomear seu filho como Yeshua , “porque ele salvará o seu povo dos pecados deles”. Este versículo carrega um significado profundo que, infelizmente, se perde na maioria das traduções modernas. Em português, ao traduzirmos Yeshua como “Jesus”, não percebemos a ligação direta e poderosa entre o nome e a missão do Salvador. No hebraico original, no entanto, essa conexão é evidente. A palavra hebraica usada para “ele salvará” é yoshia (יוֹשִׁיעַ), derivada da raiz verbal י-ש-ע ( y-sh-a ), que significa “salvar”, “libertar”, “resgatar”. Essa mesma raiz está presente no nome Yeshua (יֵשׁוּעַ), uma forma abreviada de Yehoshua (יְהוֹשֻׁעַ), que quer dizer “O Senhor é salvação”. Ou seja, o próprio nome de Jesus em hebraico expressa sua missão: Ele é a salvação de Deus encarnada. Contudo, muitos israelenses hoje se referem a Jesus como Yeshu (ישו), uma forma que, à primeira vista, pode parecer apenas uma variação fonética ou uma abre...

Herança Invisível: A iniquidade, a Epigenética e o Legado Espiritual

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  A iniquidade, no contexto bíblico, é compreendida como uma forma de pecado que vai além de meras ações erradas ocasionais. Ela é frequentemente associada a uma perversão da justiça, uma rebeldia contínua contra Deus e um estado de corrupção moral. Diferente de um pecado isolado, a iniquidade representa um padrão persistente de comportamento contrário à vontade de Deus. Em Salmos 51:5, Davi reconhece sua condição: "Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe." Aqui, ele destaca que a iniquidade é algo que pode estar presente desde o nascimento, sendo transmitida ao longo das gerações. Um versículo relevante que menciona o impacto da iniquidade de uma geração sobre outra é Êxodo 20:5, que diz: "Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam." Essa passagem tem sido interpretada como uma indicação de que os pecados dos pais podem ter consequências dura...

O Mistério do Afikoman e sua Revelação em Jesus

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Introdução: Muito antes da cruz, o Evangelho já estava escondido em símbolos e tradições da Páscoa judaica. Um dos mais intrigantes é o afikoman — o pão partido, envolto e escondido, depois trazido de volta. Esse ritual, aparentemente sem explicação, aponta diretamente para a morte e ressurreição de Jesus. Neste artigo, descubra como o afikoman revela um dos mistérios mais profundos da fé cristã. 🔎 O Mistério do Afikoman Durante o Seder de Pessach, três matzot (pães ázimos) são colocadas em uma bolsa. A matzá do meio é retirada, partida, envolta em pano branco e escondida. Depois, ela é recuperada e comida no final da refeição. Essa prática, curiosamente, não é explicada pela lei judaica. Mas quando olhamos pela lente do Novo Testamento, entendemos: o afikoman representa Jesus. Ele foi partido (crucificado), envolto (sepultado), escondido (no túmulo) e depois trazido de volta à vida. A tradição antecipava a Páscoa do Cordeiro de Deus. 📖 Ecos Messiânicos na Linguagem Hebraica...

Graça no Grego Bíblico

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Charis é a palavra grega usada no Novo Testamento para expressar o conceito de graça . Mas não se trata apenas de um termo religioso ou de uma ideia abstrata. Charis carrega um peso espiritual profundo. É a manifestação do favor imerecido de Deus — uma bondade que não depende de nossos méritos, esforços ou conquistas. Pense em algo que você jamais poderia pagar ou conquistar, mas que ainda assim é colocado em suas mãos, de forma generosa, inesperada e sem condições. Isso é charis . Por que isso importa para sua vida? A graça é a base do Evangelho. Ela revela quem Deus é e como Ele age . Não somos salvos por boas obras, nem por comportamento exemplar. Somos salvos porque Deus nos amou primeiro, mesmo quando ainda estávamos perdidos, quebrados e distantes d’Ele. O apóstolo Paulo usou a palavra charis mais de 100 vezes em suas cartas, para lembrar os cristãos de que tudo o que temos em Cristo—salvação, perdão, reconciliação, vida eterna—é presente , não pagamento. Essa verdade ...

Nem toda ajuda vem do céu

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“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” Tiago 1:2-4 | ARA A jornada da vida cristã pode ser comparada a um longo caminho chamado “processo”. Um processo que não é aleatório, mas divinamente planejado para nos moldar à imagem do Filho. Ao longo dessa caminhada, o Espírito Santo vai trabalhando em nós: aperfeiçoando aquilo que já é bom e corrigindo as áreas afetadas pelo pecado. Nada se perde nas mãos do Oleiro — até nossas dores e falhas tornam-se matéria-prima para algo novo. Jesus, nosso Mestre e Referência perfeita, venceu o mundo. E nós, que estamos n’Ele, somos mais do que vencedores. No entanto, não existe vencedor sem batalha. Cada vitória implica um desafio enfrentado, uma etapa superada, uma fé provada. É nesse processo que a perseverança se desenv...

Anticristo e a Falsa Ressurreição

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A imagem da Besta com uma de suas cabeças como que mortalmente ferida, mas posteriormente curada (Apocalipse 13:3), está carregada de profundos simbolismos teológicos e escatológicos que apontam para uma tentativa de usurpação da glória e do poder do Cordeiro. João, ao descrever esse acontecimento, emprega deliberadamente uma linguagem que remete à morte sacrificial de Jesus Cristo. O paralelo com o Cordeiro, que também pareceu estar morto mas está em pé (Ap 5:6), revela que a Besta tenta imitar o Cordeiro, apresentando-se como uma falsa ressurreição, uma paródia do verdadeiro Messias. No grego, o termo hos esfagmenein eis thanaton (“como ferida até a morte”) é uma construção usada para indicar algo que parece final, definitivo – uma morte aparente. A Besta, portanto, encena uma pseudo-morte e uma falsa ressurreição, numa grotesca imitação de Cristo. Esse espelhamento reforça o papel da Besta como anticristo, não apenas alguém que se opõe ao Cristo, mas que busca se parec...

Entre Likes e a Bíblia: A Nova Geração da Fé Digital

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Será que a fé digital está substituindo a comunhão real? Nos últimos anos, o crescimento vertiginoso das redes sociais e o avanço da inteligência artificial transformaram não só a forma como nos comunicamos, mas também como vivemos e expressamos nossa fé. Um estudo conduzido pelo pesquisador Allen Downey, do Olin College (EUA), já apontava há mais de uma década a correlação entre o aumento no uso da internet e o declínio da filiação religiosa. Hoje, com mais de 5,4 bilhões de usuários conectados e plataformas como TikTok, Instagram e YouTube Shorts dominando a atenção global, esse cenário se intensificou. O que antes era um alerta agora é uma realidade. A fé cristã tem sido gradualmente substituída, ou ao menos empurrada para escanteio, por um conteúdo rápido, emocional e altamente manipulável. O algoritmo se tornou uma espécie de pastor silencioso, guiando, moldando e, muitas vezes, desviando corações. Ele entrega não o que edifica, mas o que retém atenção — ainda que isso signifiq...