Culpa e perdão, mancha e purificação

As palavras “mancha” e “culpa” aparecem juntas na seguinte passagem das Escrituras: “Agora, por meio da morte do seu Filho na cruz, Deus fez com que vocês [antes inimigos] ficassem seus amigos, a fim de trazê-los à sua presença, para serem somente dele, não tendo ‘mancha nem culpa’” (Cl 1.22).
 
Em geral, presta-se mais atenção à culpa do que à mancha. Porém, a conduta pecaminosa gera ambos os incômodos. A sensação de dívida não deve ser maior nem menor do que a sensação de sujidade e vice-versa.
 
Curiosamente, as palavras que tratam da remoção da culpa e da mancha também aparecem juntas em outra passagem da Bíblia: “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos ‘perdoar’ os pecados e nos ‘purificar’ de toda injustiça” (1Jo 1.9). Se o perdão remove a culpa, a purificação remove a mancha. Então, o alívio não é complicado nem demorado nem pela metade. Se o pecado cometido produz dois tormentos gêmeos (culpa e mancha), a verdadeira confissão de pecado gera dois alívios gêmeos (perdão e purificação).
 
O perdão é muito necessário
Em um dos cânticos de romagem, o salmista busca perdão: “Se tu tivesses feito uma lista dos nossos pecados, quem escaparia da condenação? Mas tu nos ‘perdoas’, e por isso nós te tememos” (Sl 130.3-4).
 
Na bela oração em favor do povo de Israel, depois de declarar repetidas vezes: “Nós temos cometido pecado”, o profeta Daniel clama: “Perdoa-nos, ó Senhor!” (Dn 9.19).
 
Na oração de consagração do templo de Jerusalém, o rei Salomão enumera algumas desgraças que podem cair sobre o povo por causa do pecado e pede que, quando elas acontecerem e o povo se arrepender e confessar, ele seja perdoado: “‘Perdoa’ os pecados que o teu povo tem cometido contra ti” (1Rs 8.22-53).
 
A singela súplica “perdoa” aparece muitas vezes na história de Israel, desde o deserto até o exílio (Êx 34.9; Nm 14.19; Sl 79.9; Os 14.2; Am 7.2 etc.). Na oração mais repetida em todos os lugares e em todos os tempos, uma das súplicas é “‘Perdoa-nos’ as nossas dívidas” (Mt 7.17).
 
A purificação é muito necessária
O patriarca Jacó reuniu a família e ordenou: “Joguem fora todas as imagens dos deuses estrangeiros que vocês têm, ‘purifiquem-se’ e vistam roupas limpas!” (Gn 35.2).
 
Depois de descrever a imundícia moral do povo de Israel (“Da cabeça até os pés, o corpo de vocês está machucado, cheio de ferimentos e de chagas abertas, que não foram lavadas, nem enfaixadas, nem limpadas com azeite”), o Senhor ordena: “‘Lavem-se’ e purifiquem-se! Não quero mais ver as suas maldades!” (Is 1.16).
 
Aos coríntios, Paulo exorta: “‘Purifiquemo-nos’ a nós mesmos de tudo o que torna impuro o nosso corpo e a nossa alma” (2Co 7.1).
 
A Timóteo, o mesmo Paulo escreve: “Quem se ‘purificar’ de todas esses erros de que tenho falado será usado para fins especiais porque é dedicado e útil ao seu Mestre e está pronto para fazer tudo o que é bom” (2Tm 2.21).
 
Em carta aos cristãos da diáspora, Tiago ordena: “‘Lavem’ as mãos, pecadores! Limpem o coração, hipócritas” (Tg 4.8).
 
João, por sua vez, explica: “Todo aquele que tem essa esperança [de se tornar parecido com Cristo] ‘purifica-se’ a si mesmo, assim como Cristo é puro” (1Jo 3.3).

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