Pisando em solo sagrado

Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro, que era sacerdote de Midiã. Um dia levou o rebanho para o outro lado do deserto e chegou a Horebe, o monte de Deus.
Ali o Anjo do Senhor lhe apareceu numa chama de fogo que saía do meio de uma sarça. Moisés viu que, embora a sarça estivesse em chamas, esta não era consumida pelo fogo.
"Que impressionante! ", pensou. "Por que a sarça não se queima? Vou ver isso de perto. "
O Senhor viu que ele se aproximava para observar. E então, do meio da sarça Deus o chamou: "Moisés, Moisés! " "Eis-me aqui", respondeu ele.
Então disse Deus: "Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa".
Disse ainda: "Eu sou o Deus de seu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó". Então Moisés cobriu o rosto, pois teve medo de olhar para Deus.
Êxodo 3:1-6

Versiculo Chave: “Tire as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa” (Ex 3;1).


O capítulo 3 do livro de Êxodo nos traz a segunda etapa de 40 anos da vida de Moisés. O treinamento para torná-lo mais humilde estava completo, vindo assim a chamada para um serviço muito especial.
A Escola Divina ! versículo 1
Moisés apascentou rebanhos no deserto durante quarenta longos anos. Essa ocupação foi exatamente o oposto do qual ele foi ensinado no Egito a ver como grandeza (Gênesis 46:34). Durante este tempo ele cresceu em mansidão e humildade. Ele aprendeu a não confiar em sua própria capacidade. Devemos aprender com isso a não desprezar os métodos de treinamento de Deus. As aflições têm sentido se lembrarmo-nos que elas são lições dadas por Deus na Escola Divina (Tiago 1:2-4).
I.  A SARÇA ARDENTE ! VERSÍCULOS 1-6
Moisés conduzia, sob os seus cuidados, o rebanho á lugares bem distantes e amplos na procura de bons pastos. Ao se aproximar do monte aonde mais tarde ele receberia a lei de Deus, ele vê uma sarça queimando, mas não se consumindo. Ao se virar para ver esta cena de perto, ele encontra o Todo Poderoso (Deuteronômio 33:16). Várias coisas aqui merecem atenção especial:
A necessidade de reverência
Não devemos nos aproximar de Deus por mera curiosidade. Moisés teve que tirar os sapatos e manter certa distância. A verdadeira reverência é a primeira lição da piedade (Provérbios 1:7, Salmo 89:7). Não é a espirituosidade, mas a ignorância, que cria uma familiaridade indevida para com Deus e a irreverência. Fora da pessoa de Cristo, o Senhor não pode ser visto e nem tocado (João 1:18, Hebreus 12:29). Mesmo nos aproximando de Deus, como filhos, vamos observar a devida reverência em oração e adoração. Note como os santos consagrados falaram do Todo Poderoso (Habacuque 2:20, Salmo 93:1-5, I Timóteo 6:14-16, Romanos 11:33). Os verdadeiros habitantes do céu sabem da importância da reverencia. Os anjos cobrem sua faces quando estão diante de Deus (Isaías 6:1-2). Os falsos pregadores são conhecidos pela irreverência e pela crassa familiaridade com Deus.
A. A Aliança de Deus
Deus apresenta-se como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó (versículo 6). Isto era para lembrar Moisés de que Deus tinha vindo para cumprir a aliança feita com estes homens. A redenção de Israel, assim como a nossa, está baseada na promessa do Senhor feita na aliança (Tito 1:1-2). O evangelho de Cristo vem de acordo com a prévia promessa (Romanos 1:1-2).
B. A ressurreição ! versículo 6
Deus não diz: “Eu era”, mas sim, “Eu sou” o Deus dos patriarcas. Isto não somente prova que eles ainda existiam em Sua presença (II Coríntios 5:8), mas também o fato de que um dia seus corpos serão ressuscitados (Marcos 12:26-27). Deus nunca deixa de ser o nosso Deus e nem mesmo os corpos do Seu povo estão perdidos à morte (Romanos 8:11).
C. O Simbolismo da Sarça Ardente
Nós sabemos que o fogo é um símbolo da presença de Deus (versículo 2, Deuteronômio 33:16) O “anjo do SENHOR” era a própria revelação de Deus. Os homens têm visto na sarça ardente, uma figura da escravidão de Israel. Eles estavam no fogo, mas não eram consumidos. Isto pode ser aplicado a todo o povo de Deus (II Coríntios 4:8-9).

A narrativa bíblica que nos fala da libertação do povo judeu do cativeiro no Egito rumo à Terra Prometida inicia com Deus indo em busca de um fugitivo. Moisés, judeu educado como membro adotivo da família real egípcia, curtia seu exílio involuntário nas terras de Jetro, seu sogro, quando encontrou uma sarça que queimava, mas não se consumia. Antes mesmo de dizer qualquer coisa, a recomendação de Deus foi para que Moisés tirasse as sandálias dos pés, porque o lugar em que ele pisava era santo. Note que Deus nem mesmo disse que tirasse as sandálias em respeito à presença d’Ele, mas sim ao lugar onde estavam, que havia sido santificado porque o Espírito do Senhor ali estava.

Com estas palavras diretas, Deus convida a uma postura de reverência, que é cada dia mais difícil de ser encontrada em nossos dias. Há locais onde deveríamos passar com extremo cuidado. A advertência de Deus é clara: o solo é sagrado. E isto vai muito além de se curvar a cabeça ou se persignar quando passa em frente a uma igreja ou cemitério, por exemplo (os antigos chamavam de “campo santo”). Há muitos outros “locais” sagrados que a humanidade faria bem se tratasse com mais respeito. O espaço vital das pessoas com quem você convive, por exemplo.

O relacionamento entre seres humanos é solo sagrado. No entanto, cada vez menos as pessoas têm consciência deste aspecto, e invadem a vida alheia sem a menor cerimônia. Línguas afiadas espalham injúrias, destroem reputações, não cumprem a palavra empenhada. Não conseguem pisar no terreno das relações humanas com um mínimo de reverência. Entretanto, cada dia mais somos informados de privacidades invadidas, casamentos em crise, vidas expostas na Internet e sabe-se lá mais onde. A discrição anda fora de moda, e todos parecem a necessidade de dizer tudo sobre qualquer assunto a qualquer tempo, mesmo quando não foram consultados. 

Somos filhos de um Deus eterno, que criou todas as coisas pela palavra do seu poder. Á semelhança d’Ele, nossas palavras também não são pronunciadas sem conseqüências, que podem se prolongar para além da nossa própria existência. Justamente por isso, deveríamos vez por outra fazer o exercício de retirar as sandálias, sentir o toque do sagrado em nossos passos. Se assim fizéssemos, com certeza o ser humano não andaria tão freqüentemente por terrenos pantanosos e obscuros, que conduzem apenas a labirintos. 

Portanto, nestes dias em que nada mais parece ser sagrado, a melhor atitude é andar na contramão. Ao iniciar uma conversa, entre como quem tem mais a aprender do que a ensinar. Ao firmar um compromisso, cumpra. Ao cativar uma amizade, não a abandone. Ao expor uma opinião, seja coerente. Tire as sandálias, porque o lugar onde estás, os relacionamentos que cultivas, tudo isso é algo santo e precioso.

Deus te abençoe abundantemente.

www.palavraprudente.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Posso fazer sexo quando estou de jejum?

Sermão para aniversário - Vida guiada por Deus

Judá e Tamar - Selo, cordão e cajado