Você Morreria por Cristo? Não? Então, de Que Vale Viver?

A vida cristã, em sua essência, é marcada por um compromisso profundo e radical com Cristo. Essa entrega, muitas vezes incompreendida pelo mundo, nos convida a refletir sobre os limites do nosso amor e devoção a Jesus. Em Mateus 16:24, Jesus nos desafia: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” Esse chamado nos faz questionar: até onde estamos dispostos a ir por Cristo? Você morreria por Ele? E, se não, então, de que vale viver?

A Natureza do Chamado Cristão

Seguir Jesus é muito mais do que uma questão de crença ou afeto. O cristianismo, ao contrário de outras religiões ou filosofias de vida, não nos pede apenas boas intenções ou comportamentos agradáveis. Ele exige uma mudança radical de vida, um compromisso de amor e lealdade, não importando os custos. Isso é evidente desde o início do ministério de Jesus, quando Ele ensina que, para segui-Lo, devemos estar prontos para morrer para o mundo, para nossas próprias vontades e, muitas vezes, para a nossa própria vida.

Quando Jesus fala sobre tomar a cruz, Ele está falando de um compromisso de vida até as últimas consequências. Ele sabia que, para cumprir Sua missão de salvação, precisaria sacrificar Sua própria vida na cruz. O apóstolo Paulo, em Filipenses 1:21, escreve: "Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro". Essa afirmação reflete o entendimento de que a vida cristã não é sobre acumular bens, poder ou prazer, mas sobre viver para Cristo e, se necessário, morrer por Ele.

O Desafio de Morrer para Si Mesmo

Se nos perguntássemos hoje “Você morreria por Cristo?”, muitos de nós responderiam afirmativamente. A ideia de sacrificar nossa vida física em um ato de martírio parece heroica e nobre. Contudo, a verdadeira questão que devemos nos fazer é: estamos morrendo para o nosso eu a cada dia? Morrer para Cristo não é apenas um ato de entregar a vida no final, mas é uma decisão diária de renunciar ao ego, aos desejos egoístas e às expectativas mundanas.

Em Lucas 9:23, Jesus repete: “Se alguém quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” Isso é um convite a uma morte diária para tudo aquilo que nos impede de viver plenamente para Deus. Cada dia é uma oportunidade para escolher seguir Jesus, colocando-O acima de todas as outras coisas. Não se trata apenas de um sacrifício físico, mas de uma entrega radical de nossa vontade e desejos para viver de acordo com o chamado divino.

O Propósito da Vida Cristã

Se, de fato, estamos dispostos a morrer por Cristo, a pergunta que se segue é: “Qual é o propósito da nossa vida?” Viver por Cristo é entender que nossa existência não é sobre nós mesmos, mas sobre glorificar a Deus em tudo o que fazemos. A morte para o ego e para o mundo nos leva a uma vida de significado eterno. No entanto, se não estamos dispostos a morrer para nossas ambições e desejos pessoais, como podemos realmente viver para Cristo? O apóstolo Paulo, em Gálatas 2:20, diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.”

A vida cristã, portanto, não é apenas uma busca por uma moralidade superior ou pelo cumprimento de deveres religiosos. Ela é, antes de tudo, uma entrega total ao propósito eterno de Deus. Viver por Cristo é viver de acordo com a Sua vontade, abraçando os desafios da vida com fé e esperança, sabendo que, mesmo em dificuldades, o maior propósito é glorificar a Deus.

Morrer Para Viver

Quando Jesus nos desafia a morrer por Ele, Ele não está pedindo um ato heroico de coragem, mas um coração sincero que se entrega incondicionalmente. O paradoxal ensinamento de Cristo é que, ao morrer para si mesmo, encontramos verdadeira vida. “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará” (Mateus 16:25).

Portanto, a pergunta central não é apenas se estamos dispostos a morrer por Cristo no final, mas se estamos dispostos a morrer para o nosso eu agora, a cada dia. A morte de Cristo na cruz foi um ato de amor e sacrifício. Nosso chamado é seguir esse exemplo, com coragem e determinação, vivendo não para agradar a nós mesmos, mas para glorificar Aquele que nos amou primeiro.

Se não estamos dispostos a morrer para nossos próprios desejos, ambições e ego, então, realmente, de que vale viver? A vida cristã verdadeira é uma entrega diária e consciente, um morrer para que Cristo viva em nós. E somente assim experimentamos a verdadeira abundância de vida, que vai além da morte física e se estende para a eternidade.

Conclusão

Jesus nos convida a uma vida de entrega radical e amor incondicional. Quando perguntamos "Você morreria por Cristo?", a resposta mais profunda deve ser que já estamos morrendo para nossas próprias vontades e vivendo para Ele. Porque, como disse Paulo, para o cristão, viver é Cristo, e morrer é lucro. Assim, vivemos, morremos e existimos para Ele, sabendo que, em nossa rendição, encontramos vida abundante e eterna.

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