Mulher, que tenho eu contigo?
“Mulher, que tenho eu contigo?” — Um Chamado ao Discernimento Espiritual nas Bodas de Caná
No coração do evangelho de João, encontramos uma das interações mais intrigantes entre Jesus e Sua mãe, Maria. Durante as Bodas de Caná, quando o vinho acaba, Maria se volta a Jesus esperando uma solução. A resposta Dele surpreende: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” (João 2:4)
A linguagem usada por Jesus, embora possa parecer estranha aos ouvidos modernos, era profundamente respeitosa. O termo “mulher”, longe de ser rude, era um modo cortês e honroso de se dirigir a uma dama. Mais tarde, Jesus o repete na cruz ao cuidar do futuro de Sua mãe, demonstrando carinho e dignidade.
A frase “que tenho eu contigo?” era uma expressão idiomática hebraica e grega, indicando que os propósitos de Jesus estavam sob a direção do Pai. Ele age com plena consciência do tempo divino. Ainda assim, esse episódio revela algo grandioso: Maria intercede, e Jesus atende. Mesmo que não fosse "sua hora", o milagre acontece. Por quê?
Porque a intercessão de um coração temente a Deus tem peso. Porque Jesus honra o papel da mãe e valoriza o sagrado vínculo familiar. Porque, mesmo sendo Senhor, Ele mostra que ouvir e agir com compaixão faz parte de Seu caráter.
Aplicações para hoje:
- Há momentos em que Deus ainda não revelou o tempo certo, mas espera que confiemos.
- Como Maria, devemos saber a quem recorrer, mesmo quando a resposta parecer um "ainda não".
- A obediência de Maria – “Fazei tudo quanto ele vos disser” – revela uma fé madura e submissa ao plano de Deus.
Esse texto nos chama a buscar discernimento, paciência e honra às estruturas que Deus instituiu – como a família, o tempo certo e a autoridade espiritual. Jesus estava iniciando Sua missão, e Caná foi o cenário onde céu e terra se encontraram pela obediência de uma mãe e a compaixão de um Filho
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