A Presença que cura qualquer ausência
A ausência dói. Seja a de alguém amado ou até mesmo de quem nos feriu profundamente. Às vezes, o coração sente falta de uma presença que, mesmo tóxica ou injusta, preenchia um espaço – e quando ela se vai, deixa um vazio estranho, ambíguo, quase inexplicável. Como pode o coração sentir falta de algo que o machucou? Como pode o silêncio ecoar tão alto mesmo após um grito de alívio? A resposta está na forma como fomos criados: para o relacionamento, para a comunhão, para o afeto.
No entanto, o Evangelho nos apresenta um caminho diferente. Cristo, o Homem de Dores que sabe o que é ser rejeitado (Isaías 53:3), nos ensina que a ausência que machuca pode ser transformada por uma presença que cura. E essa presença é a dEle. Jesus não apenas entra em nosso vazio — Ele o preenche com sentido, esperança e redenção.
Quando nos deparamos com a dor de uma ausência – seja por abandono, luto ou traição – somos confrontados com a necessidade de perdoar. E, nesse ponto, o desafio se intensifica. Porque perdoar parece injusto. Parece abrir mão de uma “proteção emocional” que construímos. Mas é exatamente aí que Jesus nos confronta com Sua cruz: Ele perdoou antes mesmo que pedíssemos perdão.
Em Colossenses 3:13, o apóstolo Paulo diz:
“Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.” (ARA)
O perdão não é um presente para quem nos feriu — é uma chave para nos libertarmos. A mágoa que guardamos nos prende ao passado. O perdão que liberamos nos projeta ao futuro. A presença de Cristo em nós não só nos ensina a perdoar, como também nos cura enquanto perdoamos.
Não é errado sentir saudade. Não é fraqueza reconhecer que a ausência dói. O problema está em viver escravo da dor. E é exatamente isso que Jesus veio mudar: Ele nos chama a viver como curados, mesmo em meio às perdas. Ele nos convida a seguir, mesmo com o coração ainda sensível. Porque, em Sua presença, toda ausência pode ser curada.
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