Mergulho da alma

Temos sido esponja seca, Senhor,
confessamos sem rodeio, sem temor.
Guardamos demais, por tempo prolongado,
dores que deveriam ter sido chorado.
E assim o peito ficou áspero e tenso,
o toque pesado, o olhar denso.
A voz, por vezes, feriu sem querer,
pois o coração duro não sabe acolher.
Mas a alma que não se derrama
endurece — e não inflama.
Por isso hoje estamos aqui, rendidas,
sem máscaras, sem forças fingidas.
Deixando-nos afundar em Ti,
no silêncio que cura e que diz:
"Filha, descansa. Eu faço nova a tua raiz."
Como a esponja que encontra a água
e sem esforço se deixa amaciar,
assim queremos ceder ao Teu toque,
permitindo o Espírito nos inundar.
Penetra, Senhor, os lugares secos,
as memórias guardadas, os becos secretos.
Destrava os choros que silenciamos,
desfaz as palavras que nunca soltamos.
Que a água viva circule em nós,
de dentro para fora em santo momento 
Até que voltemos a ser novamente:
macias, serenas, de alma ardente.
Não queremos apenas ser úteis, Senhor,
queremos ser chama que revela Teu amor.
Fogo santo que o vento não apaga,
luz humilde que se entrega sem paga.
Aqui nos derramamos — inteiras, sem véus,
de mãos limpas e corações voltados aos Céus.
Sem reservas. Tuas. Inteiramente.
Mergulhamos… profunda e conscientemente.
E enquanto o mergulho nos envolve por inteiro,
o Senhor está fazendo coisas novas —
no secreto, no profundo, no verdadeiro.
Flores plantadas no teu solo, mergulhada na tua Águas, sob a luz do Espirito Santo, rendidas, pois tudo vem de ti, não por aparências mas por essência.
Amém.

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